Em feriados prolongados ou de meses de férias, como janeiro, é comum que os estoques fiquem mais baixos no banco de sangue da Fundação Pró-Sangue, que abastece mais de cem hospitais da região metropolitana de São Paulo com estoques essenciais para salvar a vida de vítimas de acidentes, pacientes em tratamento ou com complicações de saúde.
Mas a médica Helena Sabino nunca viu uma escassez tão longa quanto a vivida atualmente.
"Se é uma crise sem precedentes? Acho que sim. Porque já tivemos crises piores (de falta de sangue), mas pontuais, de curta duração", diz a médica.
"Neste ano está bem mais difícil para bancos públicos e privados de sangue. Todo mundo está restringindo o que se usa em transfusões."
No dia em que conversou com a reportagem, em 31 de janeiro, todos os tipos negativos de sangue estavam em nível emergencial - o nível mais crítico - na Fundação Pró-Sangue.
A meta do órgão (ligado ao governo paulista) é coletar mensalmente em torno de 9,5 mil bolsas de sangue, mas o mês de janeiro se encerrou com uma coleta em torno de 8 mil bolsas.