Os protótipos de coletores menstruais começaram a surgir na década de 1930, com a primeira patente registrada em 1937 pela atriz norte-americana Leona Chalmers.
Mas foi só nos últimos anos, com versões mais modernas e anatômicas, que os pequenos "copos" feitos de silicone, borracha ou látex, uma alternativa prática e mais sustentável em relação aos absorventes higiênicos descartáveis, ganharam espaço na rotina das mulheres.
O recipiente tem a forma de uma taça, e pelo material maleável, não causa nenhum incomodo no interior da vagina. "Outro benefício relatado pelas pacientes é que a forma do coletor não pode ser percebida em peças como biquínis ou roupas justas como as calças leggings usadas para prática de esporte, mas não geram lixo como os absorventes internos", aponta Alexandre Pupo, ginecologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (SP).
Quais são os prós e contras do uso do coletor menstrual
O principal ponto positivo, na opinião dos médicos consultados é o caráter sustentável do produto. Uma mulher tem cerca de 450 ciclos entre a primeira a última menstruação, o que significa a necessidade do uso de aproximadamente 7.200 absorventes descartáveis e um gasto de até R$ 6 mil para comprar esses produtos.
Já o preço médio do coletor menstrual, de acordo com pesquisa feita pela BBC News Brasil entre 10 marcas, é de R$ 69,90, e o dispositivo pode durar entre 3 e 10 anos.
"Outra questão interessante é o autoconhecimento. Como é algo que existe a manipulação do genital, isso acaba criando uma tranquilidade no contato pessoal do corpo em uma área que é considerada um tabu, especialmente para as mulheres", opina Pupo.
Além disso, pelo vácuo criado pelo coletor, evita-se o contato de sangue com o ar e odores que fica na calcinha.
Já sobre os pontos negativos, os ginecologistas apontam que não são todas as pessoas que conseguem se acostumar com a manipulação do acessório.
O coletor menstrual oferece riscos à saúde?
Quando higienizado corretamente, é muito seguro fazer uso do coletor menstrual. Já se o objeto não passar pela limpeza adequada, o risco de infecções na área íntima é aumentado.
"O corpo acaba entrando em contato com microorganismos que podem ser nocivos, como fungos ou bactérias. Quadros como candidíase e vaginose, embora não sejam comuns, podem aparecer. Já se o objeto for utilizado corretamente, evita, inclusive o risco infecção de repetição para pessoas que têm quadros recorrentes, já que não há contato direto com aquele sangue que no absorvente ficaria em contato com a área por horas", diz Gallina.