O surgimento de vários surtos de varíola dos macacos nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e vários países da Europa trouxe à memória da humanidade a terrível doença que durante séculos arrasou vidas.
A varíola é uma das doenças mais mortais que já existiu, e estudos sobre múmias egípcias sugerem que ela pode estar circulando entre nós há pelo menos 3 mil anos.
Agora, a varíola dos macacos está causando o maior surto da doença já visto na Europa. Cientistas estão investigando o que está acontecendo.
Mortalidade
Existem duas versões: da África Ocidental e da África Central.
"A da África Ocidental é a mais branda, com mortalidade entre 1% e 10%, e parece ser a que está causando o surto na Europa", diz Rivas. "A da África Central, por outro lado, é mais virulenta e perigosa e pode matar cerca de 20% dos infectados", acrescenta.
Jacob Lorenzo Morales, diretor do Instituto Universitário de Doenças Tropicais e Saúde Pública das Ilhas Canárias, na Espanha, explica que os níveis mais altos de letalidade estão concentrados em certas populações.
"Com base nos dados que vimos, a maior parte das mortes ocorre em áreas rurais muito pobres da África e, em geral, em muitas crianças devido ao seu sistema imunológico menos desenvolvido", disse ele.
Transmissão
Ao contrário do coronavírus ou até mesmo da varíola humana, em que o patógeno é altamente transmissível, a varíola dos macacos é menos contagiosa.
"É um vírus que transmite muito bem entre animais, mas quando ele passa de animal para humano, ele não tem alta capacidade de transmissão", diz Lorenzo Morales.
As autoridades médicas observam que ainda não há muita informação sobre as possíveis rotas de transmissão entre humanos nos surtos atuais.
Sintomas
Em ambas as doenças, o quadro clínico começa de forma semelhante, embora seja um pouco mais suave na varíola dos macacos.
"Como na maioria das infecções, elas começam com febre e também é comum ter desconforto corporal, fadiga, dores musculares e dor de garganta", descreve Rivas.
Além disso, em ambas as doenças também se desenvolvem as inconfundíveis pústulas cutâneas (bolinhas na pele), que podem deixar cicatrizes visíveis na pele dos pacientes.
Tratamento
Como o vírus da varíola do macaco tem relação com a varíola humana, a vacina contra a varíola também se mostrou eficaz para ambas as doenças.
Nesse caso, as pessoas com mais de 55 anos que foram vacinadas contra a varíola humana antes de sua erradicação podem ter uma imunidade considerável contra a varíola dos macacos.