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Superando sentimentos negativos após uma doença grave

É preciso encarar de forma realista o que mudou, reconhecer se surgiu alguma incapacidade, temporária ou permanente
Amanda Omura

Amanda Omura

Relatório divulgado semana passada pela Sociedade Americana do Câncer (ACS na sigla em inglês) mostra que, no começo de 2022, o número de sobreviventes da doença bateu a marca de 18 milhões naquele país, sendo que dois terços têm mais de 65 anos – 53% haviam sido diagnosticados nos últimos dez anos. No Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se a ocorrência de 620 mil novos casos por ano. Entre os homens, a maior incidência é a do câncer de próstata, que responde por 29,2% do total; entre as mulheres, o de mama representa 29,7%. Como explicou a chefe da divisão de vigilância e análise de situação do Inca, Marianna Cancela, “a estimativa é de que tenhamos cerca de 1.4 milhão de pacientes que receberam o diagnóstico nos últimos cinco anos e estão vivos”.
Tanto lá, quanto aqui, as desigualdades sociais traduzem um desafio enorme para a prevenção e o tratamento precoce. Mesmo assim, um contingente cada vez maior fica curado. Aproveitando os dados recém-divulgados, quis escrever sobre o que acontece na vida das pessoas depois da vitória sobre uma doença grave. Segundo outro estudo do Inca, os pacientes e até seus familiares tendem a adotar hábitos saudáveis, o que inclui a prática de exercícios e uma dieta balanceada. Os pesquisadores atribuíram as mudanças à dura experiência do diagnóstico e tratamento: a angústia e o sofrimento conduzem a um processo de reformulação de valores e comportamentos que é conhecido como ruptura biográfica. Apesar de questões preocupantes, como o impacto econômico para quem deixou de trabalhar, ocorre um estreitamento dos laços afetivos com familiares e com os grupos que foram solidários durante o processo.

Embora o estigma do câncer seja maior, toda enfermidade séria traz repercussões emocionais e mentais, e ainda podem surgir limitações físicas. O luto é real. Perdemos uma parte de nós, da vida como a conhecíamos. Aqui estão algumas recomendações que a médica Alisa Sabin listou em artigo que escreveu para o site SixtyAndMe: servem para lidar com os sentimentos negativos e aprender a superá-los.
Aceitar: é preciso encarar de forma realista o que mudou, reconhecer se surgiu alguma incapacidade, temporária ou permanente. Tente focar no que é possível controlar.

Conectar-se: mantenha contato e aprofunde o relacionamento com as pessoas que lhe deram acolhimento nos momentos difíceis. Lembre-se que você também é capaz de ajudar amigos e familiares com sua presença e disposição para ouvir, e não recuse auxílio se estiver precisando.

Cuidar-se: a saúde física alimenta a saúde mental. Não descuide da alimentação, da atividade física e do sono de qualidade. Aprenda a manejar a ansiedade e o estresse com técnicas de relaxamento, como meditação ou mindfulness.

Encontrar-se: cerque-se de coisas e atividades que lhe deem prazer e tragam propósito à sua existência. Pode ser um hobby, um trabalho voluntário, uma nova atividade.

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