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Trabalhe enquanto outros dormem? Cuidado com a privação de sono

Consequências podem ser muito graves. Estudos apontam que dormir menos de 6 horas está associado a mortalidade
Amanda Omura

Amanda Omura

É possível classificar a privação de sono em duas frentes:
Déficit agudo: dura um período curto, de um, dois dias;
Déficit crônico: conhecido como a síndrome do sono insuficiente, dura três meses ou mais e traz consequências mais sérias para a nossa saúde.
"O déficit agudo pode levar a uma sonolência no outro dia, a uma diminuição da resposta psicomotora (o reflexo). Se você diminui o reflexo, aumenta a propensão a ter acidentes, seja doméstico, de trabalho ou até mais grave, como acidente de carro. Ele também pode levar ao aumento da impulsividade nas relações, com a comida", explica Alan Luiz Eckeli, professor de neurologia e medicina do sono na FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo).

Já o déficit crônico afeta mais a nossa saúde. "Ele está associado a prejuízos na esfera da saúde mental (depressão, ansiedade, síndrome do pânico); você também diminui suas funções cognitivas (memória) e a consolidação dessa memória; aumentam os riscos de doenças crônicas - e para quem tem a doença estabelecida, aumenta a dificuldade de controle", completa o professor de neurologia.

As consequências da privação de sono podem ser muito graves. Estudos apontam que dormir menos de 6 horas está associado ao aumento da mortalidade.
Ser negligente com seu sono é ser negligente com a sua saúde, já que ele desempenha um papel fundamental no funcionamento de quase todos os sistemas do corpo.
"Assim como comer bem e fazer atividade física, o sono deve ser prioridade na nossa vida. Ele faz parte do tripé da nossa saúde", lembra Sandra Doria, otorrinolaringologista com especialização em Medicina do Sono.

Falta de sono provoca:
Aumenta as chances de depressão, ansiedade, transtornos mentais
Oscilação no humor
Diabetes
Doenças cardiovasculares
Problemas sexuais
Riscos de acidentes
Desequilíbrios hormonais
Sandra Doria cita três impactos positivos do sono:
Sistema cardiovascular
"Quando dormimos, temos um predomínio do sistema nervoso parasimpático, quando você tem a desaceleração do ritmo cardíaco, da pressão arterial, regularidade de ritmos. Isso é muito favorável para o repouso que o sistema cardio precisa".

Equilíbrio emocional
"Durante o sono, temos uma faxina cerebral. É quando tiramos do cérebro tudo o que não é necessário armazenar e foi excesso durante o dia. Essa faxina ajuda a evitar distúrbios de depressão, ansiedade, impulsividade".

Sistema imunológico
"Em tempos de pandemia, ficamos preocupados com nosso sistema imunológico. Para nos defender bem, precisamos do sono reparador. Não à toa, quando estamos doentes temos mais sono. Isso acontece porque nosso corpo nos obriga a dormir. É quando o exército de defesa do corpo age mais. Estudos já mostraram, por exemplo, que pacientes privados de sono desenvolvem mais sintomas de gripe, mais reação à vacina".

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