A tão sonhada nova Vila Belmiro pode demorar mais do que o previsto para sair do papel.
Em reunião no Conselho Deliberativo realizada na noite da última quarta-feira, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, sinalizou aos conselheiros que será feito um novo contrato com "todos os pontos, de parte a parte" para a construção do estádio.
Esse documento passará por votação no órgão. E ainda poderia ser levado para votação entre os sócios. A intenção é "legitimar" o processo.
No contrato, constariam alterações solicitadas pelo Santos e também ponderações feitas pela construtora, tendo, portanto, muitas mudanças em relação ao documento feito no passado, ainda na gestão do ex-presidente Andres Rueda. Essa burocracia adiará alguns dos planos traçados pelo clube.
O principal adiamento será a venda dos camarotes e cadeiras cativas para angariar fundos. O início das vendas estava sendo previsto para abril, mas, agora, não tem mais data para acontecer. Neste momento, é pouco provável que seja no primeiro semestre.
Para efeito de comparação, o Estatuto do clube diz que é preciso convocar a votação de associados com, no mínimo, 30 dias de antecedência. Ou seja, só neste cenário de incluir os associados na votação, já seria necessário um mês.
Em fevereiro, Teixeira havia sinalizado ao ge estar cético em relação à construção do novo estádio. O dirigente desde então está não só incomodado com as burocracias, como também irritado com o que foi feito pelo Santos no passado, segundo ele, "sem nenhum critério".
– Não é que não esteja animado. Eu estou acompanhando esse processo todo. Ao acompanhar, eu gostaria que tivesse mais rapidez. Isso que me incomoda. A cada vez que você trata, você tem que aguardar o parceiro. O que é normal. Leva ao comitê da empresa e volta. Pelo menos, o retorno que está acontecendo está sendo favorável. Eu estou não tão otimista, mas também não estou como estava em janeiro, quando estava mais preocupado. Queremos ter uma nova arena, mas temos que estabelecer os esclarecimentos que não estavam. Havia um memorando sem nenhum critério. Só com teses e possibilidades – resumiu Marcelo, em entrevista.