Por 7 votos a 4, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta quarta-feira (5) um pedido para proibir que parentes até segundo grau ocupem, simultaneamente, cargos de chefia no Legislativo e no Executivo do mesmo estado.
Os ministros julgaram uma ação do PSB que defende a vedação para que o presidente de uma Câmara Municipal seja filho do prefeito, ou que o presidente de uma Assembleia Legislativa estadual seja filho ou cônjuge do governador, por exemplo.
Segundo o PSB, essa prática fere os princípios da moralidade e impessoalidade da administração pública, combatendo as oligarquias familiares na política. O partido diz que recentemente situações como essas ocorreram, em Tocantins, Rondônia, Paraná, Rio Grande do Norte, São Paulo e Ceará.
Competência do Legislativo
A maioria da Corte seguiu o voto da relatora, Cármen Lúcia, pela rejeição da ação. A ministra defendeu que cabe ao Legislativo discutir e editar eventual proibição e que, caso atuasse, o Supremo estaria invadindo competência do Congresso.
"O que pretende o autor é a fixação por este Supremo Tribunal de tese abstrata que importaria em instituição de novos requisitos para um parlamentar poder assumir a presidência de Casa Legislativa. Mais que atuar como legislador, o que se pleiteia é que avance o Judiciário como poder constituinte, limitando direitos fundamentais de eventuais candidatos aos cargos eletivos descritos, estabelecendo novo caso de inelegibilidade reflexa e infringindo a independência do Poder Legislativo, em descompasso com o princípio da separação dos poderes ", disse a ministra.
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que essas situações não configuram nepotismo porque os deputados e vereadores são eleitos pelo voto do povo.
"Se não houver relação de parentesco entre quem tem poder de nomear e nomeado, não há nepotismo", justificou Moraes.
Também seguiram o voto da relatora os ministros Nunes Marques, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Gilmar Mendes.
Posts Relacionados
Relator da Reforma Tributária retoma ‘imposto do pecado’ sobre bebidas açucaradas
Bebidas açucaradas – como refrigerantes, refrescos e chás prontos – no rol de produtos sujeitos ao imposto seletivo
‘Sem votos’ para ajuste fiscal, Câmara foca em projetos que anistiam armas ilegais
O presidente da Câmara, Arthur Lira, que o governo não tem votos suficientes para aprovar o pacote do ajuste fiscal
Após casos em SP, Lewandowski diz que Estado não pode ‘compactuar’ com violência policial
Ministro afirmou ter confiança nas polícias e que acredita que os episódios de violência 'injustificável' são 'isolados'
Escala 6×1: Alckmin diz que reduzir jornada é ‘tendência’ no mundo inteiro e defende debate
A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) tem recolhido assinaturas para apresentar à Câmara dos Deputados
Lula envia ao Congresso projeto de lei que aumenta pena para crimes ambientais
Proposta prevê que a pena para quem provocar incêndio florestal pode chegar a seis anos de reclusão
‘Temos que tirar de alguém’, diz Lula sobre proposta de imposto mínimo de milionários
A isenção de IR é uma promessa de campanha de Lula, que de tempos em tempos reafirma que pretende cumprir
Brasil registra 455 casos de violência contra políticos e candidatos nas eleições de 2024
Somente contra candidatos ao pleito deste ano, foram 173 casos de violência e 15 homicídios
UE enxerga como positiva proposta do G20 por reformas na ONU em organismos financeiros
Em discurso em Nova York, Lula disse que Brasil quer submeter proposta formal de reforma das regras das Nações Unidas