Um levantamento feito pela UniRio indica que os casos de violência política cresceram 335% no Brasil nos últimos três anos. Foram identificados 214 registros no primeiro semestre de 2022, enquanto o país teve 47 casos no mesmo período de 2019, ano em que o estudo começou.
A pesquisa feita pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral da universidade mapeia crimes como ameaças, homicídios, atentados, homicídios de familiares, sequestros e sequestro de familiares de lideranças políticas.
O aumento dos casos também ocorre quando comparados os dados deste ano com 2020, em que ocorreu a última eleição -- quando foram eleitos prefeitos e vereadores das cidades. De janeiro a junho daquele ano, o país teve 174 crimes cometidos contra políticos, aumento de 23%.
Os crimes são captados pelo grupo a cada trimestre. Somadas, as duas pesquisas feitas neste ano mostram um total de 45 homicídios ocorridos nos seis primeiros meses de 2022. Em comparação com 2021, com 54 mortes registradas, houve queda de 17%.
O assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, em Foz do Iguaçu (PR), não consta na última lista de crimes computados pelo estudo. Por ter ocorrido em 10 de julho, o caso entrará no levantamento do 3º trimestre de 2022 feito pelo observatório.
Arruda comemorava o seu aniversário com a temática Lula, ex-presidente e pré-candidato do PT à Presidência na eleição de outubro. O homem foi morto a tiros pelo policial penal Jorge Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) -- ele também foi baleado e segue internado.
Em outubro, os eleitores vão escolher deputados estaduais, deputados federais, senadores (um por estado), governadores e presidentes para mantado entre janeiro de 2023 a dezembro de 2026 -- exceto senadores, que permanecem oito anos em seus cargos.
Filiados ao PSD são os mais vitimados
As ameaças lidaram os ataques contra lideranças políticas de abril a junho de 2022, com 37 relatos de intimidação. Em segundo lugar aparecem as agressões (27) e, em terceiro, os homicídios (19).