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Crise climática pode levar 3 milhões de brasileiros à pobreza extrema

Desastres naturais, principalmente inundações e secas podem influenciar a ocorrência do cenário
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Amanda Omura

Choques climáticos poderão empurrar de 800 mil a 3 milhões de brasileiros para a pobreza extrema já em 2030, mesmo em cenário que não considera grandes rupturas ambientais no país, aponta relatório publicado nesta quinta-feira pelo Banco Mundial, ressaltando que os impactos podem ser significativos no curto prazo.

O efeito aos mais pobres deve ser provocado pelo custo de desastres naturais, principalmente inundações e secas, elevação dos preços de alimentos, perdas em saúde e redução da produtividade do trabalho.

Em um cenário de desenvolvimento econômico mais otimista, com crescimento inclusivo, mudanças estruturais e melhor acesso a serviços de infraestrutura, o impacto poderia ser menor, diz o documento, que traz sugestões para o Brasil.

O relatório cita estudo produzido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ao apontar que o Brasil pode atingir em breve um ponto de inflexão para além do qual a bacia amazônica não mais teria chuvas suficientes para sustentar os ecossistemas e garantir abastecimento de água e armazenamento de carbono.

Nessa hipótese mais aguda, fruto da combinação de mudanças climáticas, desmatamento e expansão de áreas de pastagem, o impacto acumulado até 2050 sobre o PIB do Brasil é estimado em 920 bilhões de reais (184 bilhões de dólares), equivalente a 9,7% do PIB atual.

O Banco Mundial afirma que o impacto social e econômico dessa ruptura seria alto, com “graves consequências para a agricultura, o abastecimento de água nas cidades, a mitigação de inundações e a geração de energia hidrelétrica”.

De acordo com o documento, efeitos das alterações climáticas já são sentidos no país ao mudarem padrões de temperatura e o regime pluviométrico. Os eventos extremos causam perdas de 13 bilhões de reais (2,6 bilhões de dólares) ao ano em média, aponta.

Após uma gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro cercada de críticas de entidades internacionais por uma deterioração em indicadores de desmatamento e afrouxamento de normas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o posto neste ano com a promessa de recolocar a pauta de preservação ambiental como prioridade do governo.

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