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Desnutrição atinge cerca de 50% de crianças Yanomami de até 5 anos monitoradas pelo SUS

Maior percentual de crianças com peso baixo ou muito baixo para a idade foi em 2021, quando 56,5% delas estavam abaixo do peso ideal
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Amanda Omura

Ao menos desde 2015, cerca de metade das crianças Yanomami de até 5 anos apresentam peso baixo ou muito baixo para a idade. O pico de crianças fora do peso adequado foi em 2021, quando 56,5% de crianças yanomami estavam com algum nível de déficit de peso.

Os dados são do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena do Ministério da Saúde fornecidos via Lei de Acesso à Informação.

Os números não representam o total das crianças Yanomami, mas aquelas que foram atendidas pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no Sistema Único de Saúde (SasiSUS), acompanhadas pela Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN).

Essas crianças são cadastradas para que seja realizado monitoramento e avaliação das ações de saúde a serem realizadas pelas equipes multidisciplinares de saúde indígena.

Desde janeiro, a Terra Indígena Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, enfrenta grave crise sanitária, com dezenas de casos de malária e desnutrição grave.

O governo federal decretou em 20 de janeiro emergência de saúde pública para viabilizar assistência aos indígenas, e também tem atuado junto às forças policiais para retirar milhares de garimpeiros que exploram ilegalmente a terra indígena.

Ao longo dos anos
Em 2015, de 3516 crianças acompanhadas pelo Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi), 1059 estavam com peso baixo e 666 com peso muito baixo para a idade. Isso representou, naquele ano, 49,1% do total das crianças acompanhadas fora do peso considerado ideal.

Em 2016, eram 50,9% crianças nessa condição. Em 2017, eram 47,4%. E 49,7% em 2018.

Os períodos abarcam as gestões dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer.

2021 foi o pior ano
Em 2019, já no governo de Jair Bolsonaro, houve o maior aumento proporcional na taxa de crianças fora do peso ideal, com aumento de 5 pontos percentuais, para 54,5% das crianças, mesmo índice de 2020.

O pior cenário se verificou em 2021, quando 56,5% das crianças estavam com déficit de peso: dos 4245 Yanomami de até 5 anos monitorados, 1269 estavam com peso baixo e 1130 com peso muito baixo. O período coincide com a pandemia da Covid-19.

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