Distrito Federal, a unidade da federação mais afetada pela dengue no país. Enquanto a média nacional é de 273 casos diagnosticados para cada 100 mil habitantes, no DF esse número salta para 2.071 casos a cada 100 mil pessoas.
Um levantamento do Tribunal de Contas da União revela que o número de agentes de saúde no DF está abaixo das recomendações do Ministério da Saúde, que preconiza a presença de 6 agentes para cada 2 mil a 3.500 habitantes, enquanto, no DF, há 1 agente para cada 2 mil habitantes.
"Trabalhando demais. Falta funcionário, faltam algumas coisas, mas isso aí, com certeza, vai ser sanado. Vamos dar conta, vamos vencer essa guerra aí “, relata Nilsandro Caixeta, agente de vigilância ambiental.
Para fazer frente a essa situação, o Exército está prestando apoio aos agentes de vigilância nas visitas nas casas. Uma recente decisão do Tribunal de Justiça autoriza aos agentes entrarem nas residência, mesmo sem autorização dos moradores.
“O maior desafio que nós temos hoje, é de fato, suprir a necessidade pra gente alcançar a cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde“, diz Fabiano dos Anjos Martins, subsecretário de vigilância ambiental/DF.
O subsecretário fala ainda sobre a dispensa de vários agentes sanitários no DF em setembro do ano passado.
“Exatamente. Eram esses contratos temporários. Nós temos ai já homologados o curso dos agentes de vigilância ambiental, foram 75 convocados. Na semana que vem, possivelmente, nós teremos a convocação de mais 75”, completou.
Redução nos investimentos para enfrentamento da dengue
Outros dados revelam ainda que os recursos destinados à prevenção da dengue no DF diminuíram de R$ 28,1 milhões em 2022 para R$ 29,5 milhões em 2023, o que representa uma queda de R$ 10 milhões.
"O Distrito Federal é um dos estados que tem maior quantidade de recursos disponíveis para investimento no sistema de saúde. No entanto, o DF também tem uma dificuldade imensa na execução financeira. Mais ou menos no meio do ano, a gente já tinha um aumento importante no número de casos e, no final de outubro, a gente tem uma explosão de números de casos, o aumento é dramático e não houve nesse momento o acionamento de um plano de contingência para que pudesse ocorrer todas as ações de enfretamento“, comenta Jonas Brant, professor da UNB.