O Senado iniciou a discussão de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que gerou polêmica. A PEC das Praias, como vem sendo chamada, passou a ser considerada como um mecanismo para privatizar as áreas à beira-mar, que pertencem à União.
Também foi dito que a PEC regularizaria todo o Complexo da Maré, conjunto de comunidades no Rio de Janeiro.
Como é hoje?
As áreas à beira-mar de que trata a PEC são chamadas de terrenos de marinha. Correspondem a uma faixa que começa 33 metros depois do ponto mais alto que a maré atinge. Ou seja, esses terrenos não abrangem a praia e o mar, região geralmente frequentada pelos banhistas. Essa parte continuaria pública. Os terrenos de marinha correspondem a uma camada mais atrás da praia, onde ficam geralmente hotéis e bares.
São uma faixa de terra contada a partir do ponto mais alto da marés- delimitada ainda no Brasil Colônia, em 1831. Rios e lagos que sofrem influência das marés são também considerados.
Pela legislação atual, a União, dona dos terrenos de marinha, pode permitir que pessoas e empresas usem e até transmitam as terras aos seus herdeiros. Mas, para isso, esses empreendimentos têm que pagar impostos específicos.
Como ficaria com a PEC?
O texto discutido no Senado prevê a autorização para a venda dos terrenos de marinha a empresas e pessoas que já estejam ocupando a área.
Pelo projeto, os lotes deixariam de ser compartilhados, entre o governo e quem os ocupa, e teriam apenas um dono, como um hotel ou resort.
Conforme o texto, só permaneceriam com o governo áreas ainda não ocupadas e locais onde são prestados serviços públicos, como portos e aeroportos, por exemplo.
Isso significa privatização?
A diretora de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ana Paula Prates, explica que o projeto abre brecha para "privatizar o acesso à praia, e não a praia em si", já que a parte frequentada pelos banhistas continuaria com a União.
Para a especialista, a proposta não prevê a "privatização direta" das praias, mas possibilita que uma empresa cerque o terreno e impeça a passagem de banhistas na faixa de areia, como já é visto hoje em alguns resorts.
Posts Relacionados
Maior fator de risco para declínio cognitivo no Brasil não é a idade, e sim a falta de acesso à educação
A baixa escolarização ‘pesa mais’ do que fatores demográficos, como faixa etária ou sexo do paciente
‘Não adianta escola proibir celular e os pais continuarem deixando usar 5 horas seguidas em casa’
Professora Débora Garofalo, defende que veto aos telefones é medida drástica e necessária para combater vício
Dados melhoram, mas Brasil ainda tem 28,8 milhões de crianças e adolescentes na pobreza
Além da renda, levantamento considera itens como acesso a informação, água, saneamento e moradia
Falta de luz: brasileiros registram mais de 5 milhões de queixas contra distribuidoras de energia
O tempo de resposta das distribuidoras para o atendimento a emergências piorou na última década em todo país
MP-AC recomenda busca ativa para retomada de tratamento de Aids
Em documento, órgão alerta para que a Sesacre e o núcleo de ISTs cumpram estratégia prevista pelo Ministério da Saúde
influencers que lucram com informação falsa sobre saúde feminina
Influenciadores de todas as partes do mundo estão se passando por médicos especialistas
SP aprova, em 2ª votação, projeto para privatizar ciclovias, centros esportivos e outros equipamentos
Projeto de lei é de autoria do Executivo e foi aprovado por 35 votos a favor contra 15 nesta terça (17)
Receita intensifica fiscalização e suspende CNPJs de lojas que vendem cigarro eletrônico
Nova medida começou a ser aplicada em outubro e já resultou na suspensão de 22 CNPJs em operações realizadas em São Paulo