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Ministério da Saúde vai distribuir novo medicamento que facilita tratamento do HIV

Previsão da pasta é de que droga de dose única, chamada comercialmente de Dovato, seja distribuída aos estados até dezembro
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Amanda Omura

O Ministério da Saúde está prestes a disponibilizar um novo medicamento para o tratamento do HIV. Trata-se do Dovato, uma combinação dos antirretrovirais dolutegravir e lamivudina em um único comprimido, que simplifica a terapia para pessoas que vivem com o vírus no Brasil.

Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro de 2021, o Dovato está na fase final de licitação e sua distribuição pelo Ministério da Saúde aos estados está prevista para iniciar até dezembro deste ano.

Os antirretrovirais dolutegravir e a lamivudina já são oferecidos pelo SUS separadamente aos pacientes com HIV, mas a combinação das drogas em uma única dose representa um avanço, visto que a expectativa é que essa nova opção traga mais facilidade e praticidade para o tratamento.

Com a possibilidade de ingerir apenas uma dose diária e de tomar o medicamento em jejum, o Dovato tem o potencial de melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento.

Ele poderá ser prescrito para o tratamento completo da infecção pelo vírus em adultos e adolescentes acima de 12 anos com pelo menos 40 kg, sem resistência conhecida ou suspeita aos seus compostos.

Como funciona o medicamento?
As duas substâncias ativas na droga, dolutegravir e lamivudina, bloqueiam a atividade de enzimas que o HIV usa para criar novas cópias de si mesmo no corpo.

O dolutegravir impede a atividade de uma enzima chamada integrasse, enquanto a lamivudina impede a atividade de outra enzima chamada transcriptase reversa, bloqueando assim a multiplicação do vírus e reduzindo a quantidade de HIV no organismo.

Em dois estudos, com a participação de 1441 pacientes, foi comprovado que a combinação das duas substâncias ativas encontradas no medicamento é tão eficaz na redução do vírus HIV no sangue quanto a terapia tripla com os medicamentos dolutegravir, tenofovir e emtricitabina.

De acordo com os resultados, 91% dos pacientes com HIV-1 que utilizaram o Dovato deixaram de ter níveis detectáveis do vírus (abaixo de 50 cópias por ml) após 48 semanas, enquanto 93% dos que utilizaram o tratamento tripo também alcançaram esse resultado.

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