No segundo ano de pandemia de Covid-19, o Brasil registrou a maior taxa de óbitos de toda a série histórica, iniciada em 1974, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram cerca de 1,8 milhão de mortes em 2021, uma alta de 18% em relação ao ano anterior. Em números absolutos, 2021 teve 273 mil mortes a mais do que 2020.
Em contrapartida, o número de nascimentos foi o menor da série histórica, iniciada em 2003. Foram mais de 2,7 milhões de registros de crianças nascidas naquele ano, queda de 1,6% ante 2020 - ou 43 mil nascimentos a menos. Desse total, 2,63 milhões são crianças que nasceram em 2021 e cerca de 70 mil de nascidos antes e registrados apenas em 2021.
Os dados são da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, do IBGE. De acordo com a gerente da pesquisa, Klívia Brayner, "a pandemia de Covid-19 mexeu muito com a parte demográfica do país".
"Quando a demografia faz seus estudos, desenvolve projeções baseadas em um cenário mais ou menos estável. Mas o número de nascimentos ficou muito abaixo do que a própria projeção do IBGE indica e o número de óbitos, muito acima", afirma Klívia.
Os óbitos pela pandemia
O IBGE revela que, em 2021, o número de óbitos ficou concentrado, principalmente, no primeiro semestre do ano, época em que poucas pessoas ainda haviam sido vacinadas. Durante aquele ano, foi no mês de março que ocorreu o maior registro de mortes: 202,5 mil, um número 77,8% superior ao registrado em março de 2020, quando a pandemia ainda estava começando.
A tendência de queda no número de mortes passou a ser observada em julho de 2021, mês em que os óbitos ainda estavam próximos dos 150 mil. Em setembro, no entanto, a queda passou a ser mais expressiva e os registros de óbitos daquele mês até dezembro foram sempre menores dos que os observados nos mesmos períodos de 2020.
Menos nascimentos em 2021
Em 2021, o número de crianças nascidas caiu pelo terceiro ano consecutivo, segundo o IBGE. Foram pouco mais de 2,7 milhões de registros de nascimento, mas desse total, apenas 2.635.854 são de crianças nascidas naquele ano.
A maior queda percentual nos registros de nascimentos, de 4,9%, foi observada em São Paulo, seguido do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, que tiveram baixas de 4,6% e 4,3%, respectivamente.