Um projeto da Polícia Militar de São Paulo visa coibir a ação de homens investigados por agressão a mulher e que infringem medidas cautelares que obrigam que eles mantenham distância das vítimas.
A polícia está monitorando estes homens com tornozeleiras eletrônicas. E assim, consegue verificar quando eles estão se aproximando das mulheres a quem já agrediram ou ameaçaram anteriormente.
Em um caso flagrado pelo Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), um alarme tocou na central e foi verificado que um homem estava descumprindo a medida cautelar de uma vítima enquadrada na lei Maria da Penha. Um homem foi investigado por agressão à cunhada e à sobrinha.
Poucas horas depois de liberado sob a condição de não se aproximar das vítimas, ele voltou a ficar próximo dos endereços das mulheres. O Copom levantou as informações do homem. E sete minutos depois do alerta ser passado às viaturas, ele foi encontrado. Isso foi possível graças ao uso da tornozeleira eletrônica.
Em São Paulo, agressores de mulheres estão recebendo este equipamento desde o início do mês passado. A vigilância permanente tenta garantir o cumprimento das medidas protetivas.
No mapa, os pontos em azul são os agressores que estão sendo monitorados 24 horas. E em vermelho, as áreas que a Justiça determinou que eles não podem entrar.
Para o governo paulista, essa é uma das principais medidas para frear os feminicídios, crime que aumentou quase 34% no estado no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2022.
Outros estados brasileiros também já adotaram ações como forma de dar mais segurança às mulheres vítimas de violência. Em Mato Grosso do Sul, o monitoramento eletrônico é feito 24 horas em 199 agressores. A mulher também recebe um aparelho, chamado de “unidade de rastreamento portátil”, que avisa se ela estiver em perigo.
Já no Ceará, 300 homens são monitorados com tornozeleira eletrônica. E 240 vítimas tem dispositivos que podem ser acionados em situações de risco – o chamado “botão de pânico”. Na Paraíba, por sua vez, as mulheres vítimas de violência podem chamar, pelo celular, a “patrulha Maria da Penha”, uma unidade da polícia que garante o cumprimento das medidas de proteção.