A Secretaria de Saúde de Pernambuco confirmou na semana passada três casos de infecção por Candida auris, conhecido popularmente como "superfungo".
Segundo as informações divulgadas até o momento, os pacientes são do sexo masculino e estavam internados em três hospitais diferentes nas cidades de Paulista, Olinda e Recife.
O primeiro diagnóstico ocorreu em 11 de maio no Hospital Miguel Arraes, em Paulista. Por ora, a unidade de saúde parou de fazer novos atendimentos para evitar que outras pessoas sejam afetadas por esse patógeno.
O Candida auris foi detectado nos outros dois indivíduos nos dias 14 e 23 de maio, respectivamente.
Os especialistas ainda não conseguiram estabelecer uma cadeia de transmissão e se há alguma relação entre os três episódios ocorridos em locais diferentes.
Contaminação difícil de controlar
Na maioria das vezes, as leveduras do gênero Candida residem na pele, na boca e nos genitais sem causar problemas, mas podem causar infecções quando uma pessoa está com a imunidade baixa ou quando esse fungo invade a corrente sanguínea ou os pulmões.
No caso específico do Candida auris, ele costuma causar problemas na corrente sanguínea, mas também pode afetar o sistema respiratório, o sistema nervoso central e órgãos internos, assim como a pele.
Os sintomas mais comuns dessa infecção fúngica são febre, calafrios, suores excessivos e pressão arterial baixa — mas há muitos indivíduos que não apresentam muitos incômodos sugestivos.
A taxa de mortalidade média dessa doença é estimada em 39%, segundo cálculos em estudo de sete pesquisadores chineses publicado na revista científica BMC Infectious Diseases em novembro de 2020.
Para a pessoa ser infectada, explicou ele à BBC News Brasil em 2019, é preciso que tenha sofrido procedimentos invasivos (como cirurgias e uso de cateter venoso central) ou tenha o sistema imunológico comprometido.
Do ponto de vista preventivo, cuidados básicos com a higiene das mãos, uso de equipamentos de proteção em ambientes como a UTI e a vigilância constante podem ajudar.