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Vacinação baixa e mortalidade materna em alta são desafios na saúde para presidente

Especialistas avaliaram os principais desafios a serem enfrentados pelo próximo governo
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Amanda Omura

Independentemente de quem for escolhido no segundo turno pelos brasileiros para subir a rampa do Palácio do Planalto em janeiro de 2023, o próximo presidente do país encontrará, diante da mesa, situações preocupantes a lidar no que diz respeito à saúde — como uma queda drástica na vacinação de crianças, um orçamento para a área bem mais baixo do recomendado e um ministério remexido por uma grande alternância no comando nos últimos quatro anos.

De acordo com uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada no início de setembro, a saúde é a área mais importante para os brasileiros na hora de definir seu voto para presidente, seguida da educação.

Por isso, a BBC News Brasil buscou dados e especialistas na área para avaliar quais serão os principais desafios na saúde a serem enfrentados pelo próximo presidente em um país onde a maioria da população depende unicamente do Sistema Único de Saúde (SUS) — apenas 25,6% da população tem planos de saúde, segundo dados de julho da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A queda brusca da cobertura vacinal contra várias doenças, alvo de alertas disparados neste ano por instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), foi um dos problemas mais urgentes apontados pelos entrevistados.

Por exemplo, a vacina BCG, que previne contra a tuberculose e tradicionalmente tem alta taxa de vacinação por ser aplicada no primeiro mês de vida do bebê, não tem 100% de cobertura desde 2015. Segundo números do DataSUS, a partir de 2020, a cobertura ficou abaixo de 80%: foi de 75,6% em 2020 e 70,7% em 2021 (entretanto, dados mais recentes, de 2021 e 2022, estão mais sujeitos a alterações, por isso são considerados parciais).

A imunização contra a poliomielite teve 100% de cobertura pela última vez em 2013. Desde 2016, ficou abaixo dos 90%, chegando a 76,1% em 2020 e a 69,9% em 2021.

Com essa queda, a Opas colocou o Brasil como um dos países sob alto risco de volta da poliomielite. A tríplice viral D1, que previne contra o sarampo, caxumba e rubéola, também vem registrando constante diminuição, saindo da total cobertura em 2014 para 79,7% em 2020.

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