Em 2022, um levantamento do Radar Agtech, feito pela Embrapa, a SP Ventures e Homo Ludens, mostrou que o Brasil concentra 1.703 startups dedicadas ao agronegócio no país. O número é 8,1% do que o registrado em 2020/2021, quando os dados apontaram 1.574 empresas de tecnologia para o campo.
Segundo o Radar Agtech, dentre tantas oportunidades, a maioria das empresas está dedicada a alimentos inovadores e novas tendências alimentares, a sistemas de gestão de propriedade rural e marketplace e plataformas de negociação e venda de produtos agropecuários.
Em Ribeirão Preto (SP), a Agrishow, uma das mais importantes feiras agro do mundo, reúne diferentes agtechs. Elas são um modelo de negócio, startups e tecnologias que surgem para ajudar o produtor rural a produzir mais com menos recursos.
Geralmente, as agtechs nascem de uma dor da agricultura, ou seja, a partir daí surge uma ideia e ela vai buscar na tecnologia a solução para o problema. Só em Ribeirão Preto, segundo o levantamento, há 39 startups atuantes.
Mas diante de tanta inovação e oportunidade, como o produtor rural pode escolher o que é melhor para o negócio dele.
Uma das novidades que está sendo apresentada na Agrishow ao agricultor é a Agnest, uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que consiste em uma fazenda de 60 hectares, localizada em Jaguariúna (SP), com 30 hectares de agricultura cultivável.
É uma espécie de laboratório, onde tecnologias disponíveis no mercado são aplicadas para que o produtor rural possa conhecê-las na prática e avaliar se são aplicáveis ou não à atividade dele no campo.
De acordo com Luis Henrique Marques, especialista de negócios da Nutrien, é o lugar onde o agricultor se sente à vontade, se familiariza, justamente por ser uma fazenda.
“A gente leva a tecnologia e testa ela dentro da Agnest com o objetivo de trazer o melhor resultado financeiro e sustentável para o produtor rural. Então o produtor rural quando chega na Agnest pode encontrar a melhor solução para o seu cultivo, ele consegue enxergar qual o real benefício de cada tecnologia e qual delas faz mais sentido para ele”, explica Marques.
O diretor explica ainda que o modelo é importante porque inclui o produtor de pequeno e médio porte, que muitas vezes pode ignorar o acesso à tecnologia por pensar que ela se aplica apenas às grandes produções. A Agnest tem a função de testar e facilitar a vida do produtor rural.
“Geralmente a tecnologia chega mais nas mãos de grandes agricultores, os pequenos ficam mais esquecidos. Ali na fazenda o pequeno produtor consegue ter acesso para entender qual a solução pra ele e já levar isso para a sua propriedade”, diz o especialista da Nutrien.