A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) a proposta principal de regulamentação da reforma tributária. O texto inclui uma lista de mais de 300 medicamentos que vão ter imposto zero e, com isso, vão ficar mais baratos.
Na lista estão medicamentos populares como losartana (usado para o tratamento de pressão alta), insulina (para o controle da diabetes), isotretinoína (para controle da acne), além de remédios para ansiedade, como Diazepan.
Como funcionaria na prática?
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os impostos incluídos no valor dos medicamentos são: ICMS, IPI, contribuição para o PIS/Pasep e Cofins. No entanto, o ICMS é o com maior impacto, podendo ser de mais de 20% em alguns medicamentos.
A Anvisa tem um painel que acompanha o preço máximo dos medicamentos pelo país e a taxa de ICMS cobrada por cada um deles.
No caso do medicamento para a acne, por exemplo, a isotretinoína, o valor máximo é de R$ 287 em São Paulo com uma alíquota de ICMS de 18%. Caso o projeto seja aprovado como está, esse imposto não seria cobrado. Com o desconto, o medicamento chegaria a R$ 229, isso sem incluir a redução dos outros impostos.
O citrato de sildenafila, conhecido comercialmente como viagra, tem valor máximo de R$ 39,23 em São Paulo com uma alíquota de ICMS de 22%. Com o projeto e o desconto desse imposto, o preço já seria reduzido para R$ 30,59.
No caso da prednisolona, um anti-inflamatório popular, o preço máximo em São Paulo é R$ 39,92 com ICMS de 20%. Caso o projeto seja aprovado como está, só com essa classe de imposto o medicamento ficaria por R$ 31,93.
Além da isenção, o projeto ainda prevê imposto reduzido (correspondente a 40% da alíquota geral) para todos os outros medicamentos registrados na Anvisa ou produzidos por farmácias de manipulação.
A regulamentação ainda precisa ser votada na Câmara e no Senado e, depois, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até lá, o texto pode mudar e os descontos não começam a valer.
Último reajuste
A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) fixou o teto de reajuste para remédios em 4,5% em março deste ano.
“Para chegar ao índice, a CMED observa fatores como a inflação dos últimos 12 meses (IPCA), a produtividade das indústrias de medicamentos, custos não captados pela inflação, como o câmbio e tarifa de energia elétrica e a concorrência de mercado, conforme determina o cálculo definido desde 2005”, informou o ministério.
A Câmara que regula o preço dos remédios no Brasil é um órgão interministerial responsável pela regulação do mercado de medicamentos no país. O colegiado é formado por representantes dos ministérios da Saúde, Cada Civil, Justiça e Segurança Pública, Fazenda e do Desenvolvimento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também participa do órgão, fornecendo suporte técnico às decisões.
Posts Relacionados
Caixa vai reduzir cota de financiamento para imóveis de até R$ 1,5 milhão
Clientes precisarão dar pelo menos 30% do valor do imóvel de entrada pelo sistema de amortização SAC
Brasil precisa formar 2,2 milhões de novos profissionais para atender indústria até 2027
Indústria também estima que quase 610 mil vagas de trabalho serão criadas entre 2025 e 2027
‘Rota dos Cristais’: francesa Vinci Highways vence leilão rodoviário do governo
Via arrematada tem 594,8 km de extensão e conecta a região do Centro-Oeste a MG e RJ
Haddad diz que terá sistema para impedir apostas com cartão de crédito e irá monitorar CPFs
Os brasileiros gastaram cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas online em 2024
Produção de ouro registrada pelos garimpos no Brasil cai 84% após aumento de controle
Após medidas adotadas em 2023, o mercado do ouro brasileiro teve quedas na produção e exportação
Empresas de apostas que não pediram autorização terão funcionamento suspenso
Bets terão que pagar R$ 30 milhões para começar a funcionar a partir de janeiro de 2025
Superquarta: entenda por que o BC do Brasil vai subir os juros, enquanto os EUA vão baixar
O banco central dos EUA deve finalmente dar início ao ciclo de redução dos juros americanos
Conta de luz: ministro fala em revisar bandeira tarifária
Brasil vive estiagem histórica que afeta negativamente as bacias das hidrelétricas, principal fonte do país