A taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,8% no trimestre encerrado em maio, mas a falta de trabalho ainda atinge 10,6 milhões de brasileiros, segundo divulgou nesta quinta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É a primeira vez em mais de 6 anos que o desemprego deixa de rodar na casa dos 2 dígitos. Trata-se da menor taxa registrada no país desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016, quando ficou em 9,6%. Para trimestres encerrados em maio, é a menor desde 2015, quando foi de 8,3%.
O número de desempregados diminuiu 11,5% (menos 1,4 milhão de pessoas) frente ao trimestre anterior e 30,2% (menos 4,6 milhões de pessoas desocupadas) na comparação anual.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em abril, a taxa de desemprego estava em 10,5%, atingindo 11,3 milhões de pessoas. Na mínima da série histórica, registrada em 2014, chegou a 6,5%.
O resultado veio melhor que o esperado. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 10,2% no período.
Número de ocupados recorde
O número de pessoas ocupadas atingiu 97,5 milhões, o maior da série histórica, iniciada em 2012, e mostrou alta de 2,4% na comparação com o trimestre anterior e de 10,6% na comparação anual. "Isso equivale a um aumento de 2,3 milhão de pessoas no trimestre e de 9,4 milhões de ocupados no ano", destacou o IBGE.
“Trata-se de um processo de recuperação das perdas que ocorreram em 2020, com gradativa recuperação ao longo de 2021. No início de 2022, houve uma certa estabilidade da população ocupada, que retoma agora sua expansão em diversas atividades econômicas ”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
Proporcionalmente, o maior crescimento da ocupação na comparação anual se deu pelo emprego sem carteira assinada, que teve alta de 23,6%. Já o emprego com carteira assinada registrou aumento de 12,1% no período. Em números absolutos, foram 3,8 milhões a mais de carteiras assinadas e 2,4 milhões a mais sem carteira assinada no mercado de trabalho.
O segundo maior aumento proporcional ocorreu no trabalho doméstico, com alta de 20,7% em relação a maio do ano passado, o que corresponde a quase 1 milhão (994 mil) de pessoas trabalhando com serviços domésticos, sendo que a grande maioria deles (846 mil) não tiveram a carteira assinada.
O número de empregadores aumentou 16,2%, com incremento de mais de meio milhão de trabalhadores nesta condição. Já o trabalho por conta própria teve alta de 6,4% no período, correspondendo a 1,5 milhão a mais que em maio do ano passado.