Os produtos e serviços mais buscados para o Dia das Mães estão, em média, 7,2% mais caros neste ano do que o observado em 2022. Os dados são de um levantamento feito pela XP com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde o início da pandemia, esses preços ficaram 26,9% mais altos.
Segundo o economista da XP, Alexandre Maluf, são vários os fatores que explicam o movimento de alta dos preços – como o avanço do setor de Serviços após a reabertura da economia pós-pandemia, os maiores custos com salários e energia, e até a variação das commodities no exterior.
A cesta avaliada pela XP conta com produtos como roupas, acessórios, eletroeletrônicos, maquiagens, joias, perfumes e outros itens, além de serviços como alimentação fora do domicílio e hospedagem.
Nesse sentido, de acordo com a XP, o aumento dos preços também varia conforme o presente. Os filhos que pretendem levar suas mães para comer fora de casa devem pagar 8% a mais do que desembolsaram no ano passado, por exemplo.
Maluf explica que parte do encarecimento desses produtos reflete o problema de escassez de chuvas nos últimos anos – que, inclusive, também se refletiu nas contas de luz do comércio.
“Além disso, com a reabertura da economia, o setor de serviços teve uma recuperação forte por haver uma demanda reprimida por conta da Covid-19, e isso acabou gerando um efeito de recomposição de salários que pressionou também o custo desses restaurantes. Tudo isso acaba sendo repassado para o consumidor”, diz o economista.
Aqueles que preferem dar roupas podem sentir o impacto dos preços do algodão – commodity que, por conta das quebras de safra, registrou um preço recorde no ano passado.
Enquanto isso, os que optarem por presentar suas mães com maquiagens e perfumes ainda devem se deparar com preços mais altos por conta dos aumentos relacionados à indústria petroquímica, que foi afetada pelo aumento nos preços do petróleo e gás natural em meio à guerra na Ucrânia.
Já os filhos que escolherem uma viagem também vão encontrar preços mais altos em hospedagem e pacotes turísticos – nesse caso, reflexo dos custos comprimidos por conta da pandemia.
“O período foi muito severo para o setor de turismo e, agora, essas empresas querem recompor suas grandes perdas, ao mesmo tempo em que a população também está mais ávida a viajar”, diz Maluf.
O outro lado da moeda
Apesar do aumento na média dos preços, alguns produtos e serviços da cesta avaliada apresentaram queda no acumulado de 12 meses, como TV, som e itens de informática (-10,8%) e celulares (-3%), por exemplo.
Nesses casos específicos, diz Maluf, o que explica o alívio dos preços foi a melhora nas condições de oferta dos componentes eletrônicos, após a falta de chips e semicondutores vista durante a pandemia.