A Petrobras anunciou nesta terça-feira (24) que aumentará o preço da gasolina para as distribuidoras a partir do dia 25 de janeiro. Os demais combustíveis não tiveram os preços alterados.
Trata-se de um aumento de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro. O acréscimo nominal é de R$ 0,23 por litro, o que representa uma alta de 7,46%.
O último reajuste dos preços da gasolina havia sido realizado em dezembro, com redução de 6,1%. No patamar anterior, os preços da gasolina brasileira eram negociados abaixo dos preços do mercado internacional.
Preços nos postos
Vale lembrar que o valor final dos preços dos combustíveis nas bombas depende não só dos valores cobrados nas refinarias, mas também de impostos e das margens de lucro de distribuidores e revendedores.
Os postos têm liberdade para estabelecer os preços cobrados; assim, quando há queda do preço cobrado pela Petrobras, a diferença pode demorar ou nem chegar às bombas.
Segundo a Petrobras, a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos faz com que a parcela que fica com a empresa seja de, em média, R$ 2,42 a cada litro vendido na bomba.
"Esse aumento acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio", diz a Petrobras.
IPCA de fevereiro
O aumento de 7,47% da gasolina nas refinarias da Petrobras, anunciado nesta manhã pela empresa e que entra em vigor amanhã, deve levar a um acréscimo de 0,05 ponto percentual (p.p.) no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, em janeiro.
O cálculo foi feito pelo economista e analista de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz. Na prática, o impacto da gasolina mais cara deve ficar mais para inflação de fevereiro, apurada pelo mesmo indicador, detalhou ainda o especialista.
Para o IPCA de fevereiro, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o acréscimo deve ser de 0,20 p.p., alertou ele. "É um impacto nada desprezível", reconheceu.
Embora tenha considerado a influência da alta da gasolina como expressiva, na inflação do começo de 2023, ele salientou ainda ser cedo afirmar que o reajuste da Petrobras poderia impulsionar inflação do ano. Isso porque o cenário de preços de combustíveis, no país, é muito volátil, e pode ocorrer reduções, no preço do item, ao longo de 2023 - que podem ajudar a puxar para baixo a inflação oficial anual de 2023, ponderou. Pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC), a projeção é que o IPCA suba 5,48% esse ano.