O preço do petróleo WTI tem alta de 5,46%, a US$ 79,78, enquanto o valor do Brent sobe 5,56%, a US$ 84,33, por volta das 7h (horário de Brasília), desta segunda-feira (3). O desempenho positivo está atrelado a notícia de que Arábia Saudita e outros membros do grupo Opep+ cortaram a produção de petróleo em mais de 1 milhão de barris por dia.
O corte acontece após o preço do petróleo bruto cair para US$ 70 o barril, seu nível mais baixo em 15 meses, devido às preocupações com a demanda. Quanto menor o valor, mais prejudicado ficam as companhias que operam com a commodity.
O objetivo dá redução é diminuir a oferta enquanto a demanda se mantém. Isso, na teoria, tende a aumentar o preço do petróleo. Os últimos anúncios podem causar um aumento de US$ 10 no preço do barril, estimou o diretor da empresa de investimentos Pickering Energy Partners.
O movimento foi considerado uma 'surpresa' para os investidores e especialistas porque normalmente a Opep+ anuncia cortes durante as reuniões. Mas, desta vez, a revisão de preços ocorreu fora da agenda da organização.
Especialistas apontam que a medida visa garantir a estabilidade nos preços e prevenir uma possível desaceleração no crescimento da demanda global.
Efeitos no Brasil
Os preços da gasolina no Brasil são formados pelo preço cobrado pela Petrobras às refinarias, pelos impostos estaduais e federais, e pelos lucros de distribuidoras e revendedoras.
Com essa equação, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva desfrutou de duas operações casadas para amortecer a alta no fim de fevereiro: trazer de volta os impostos federais do combustível e, ao mesmo tempo, reduzir o preço cobrado pela Petrobras às refinarias.
Em outras palavras: quando o governo precisou retomar a arrecadação, conseguiu também reduzir o valor final pelo lado da Petrobras, porque o petróleo estava com preços em queda no mercado internacional.
A estatal anunciou o reajuste de preço da gasolina no dia 28 de fevereiro, um dia antes da reoneração entrar em vigor. De acordo com nota da empresa, essas reduções tinham o objetivo de buscar o equilíbrio dos preços com os mercados nacional e internacional, "através de uma convergência gradual".
"A companhia, na formação de preços de derivados de petróleo e gás natural no mercado interno, busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente", informou a empresa em nota oficial.
O mercado deve precificar nesta segunda-feira (3) qual será o impulso nos preços do petróleo.
Segundo relatório de sexta-feira da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina brasileira está sendo vendida por um valor 2% abaixo do mercado internacional. Ou seja, seguindo a mesma lógica de fevereiro, há uma pressão no horizonte para acompanhar os preços internacionais.