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Quase 90% dos informais gostariam de ter carteira assinada, mostra pesquisa

Levantamento do FGV Ibre mostra ainda que a remuneração baixa é a principal insatisfação
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Amanda Omura

Pesquisa sobre mercado de trabalho realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) mostra que quase 90% dos informais pesquisados preferiam ter um emprego com carteira assinada.

O levantamento entrevistou os trabalhadores que não possuíam nenhum tipo de registro (trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ). Entre eles, 87,7% afirmaram que gostariam de ter uma ocupação mais formalizada. Apenas 12,3% preferiam o contrário. Esse percentual sobe para 89,5% quando se trata de trabalhadores com rendimento de até dois salários mínimos.

Entre os trabalhadores por conta própria (com ou sem CNPJ), 69,6% desses trabalhadores gostariam de ter algum vínculo formal com uma empresa, como carteira assinada e seus consequentes direitos trabalhistas. E os 30,4% restantes disseram que prefeririam permanecer na situação atual.

Quando se abre por faixa de renda, entre trabalhadores com renda mensal de até dois salários mínimos, o percentual de quem quer ter vínculo formal sobe a 74,9%. Já os que ganham acima de dois salários mínimos são 56,7%.

Entre os principais motivos apontados pelos que gostariam de se vincular a uma empresa foram o desejo de ter rendimentos fixos (33,1%) e o acesso a benefícios que as empresas costumam dar (31,4%). Entre quem ganha até dois salários mínimos, o percentual de quem gostaria de ter rendimentos fixos chega a 37,8%.
Para os trabalhadores que não desejam mudar a categoria da sua ocupação, o fator mais mencionado foi a preferência por flexibilidade de horário (14,3%), seguido pelos que acreditam que na ocupação atual conseguem ter rendimentos maiores (11,9%) do que teriam se fossem vinculados a uma empresa.

A nova pesquisa do FGV IBRE foi feita entre os meses de agosto e outubro com cerca de 2.000 pessoas físicas com mais de 14 anos de idade em todo o território nacional a cada mês.

Salário é principal motivo da insatisfação
As pessoas foram consultadas ainda sobre a satisfação com o próprio trabalho. A maioria dos entrevistados disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos (72,2%). Os insatisfeitos ou muito insatisfeitos somaram 27,8% do total.

Entre os motivos da insatisfação com o trabalho atual estão remuneração baixa (64,2%), pouco ou nenhum benefício (43%) e insegurança por ser um trabalho temporário (23,7%).

Outros 22,9% alegaram estar trabalhando menos do que gostariam, 21,4% citaram carga horária elevada e 12,9% a distância da casa para o trabalho.

Perda do emprego
A possibilidade de perder o emprego ou a principal fonte de renda nos próximos 12 meses é vista como improvável ou muito improvável pela maioria dos respondentes (58,7%) - o percentual sobe para 79,6% entre trabalhadores que ganham até 2 salários-mínimos. Na contramão, 41,3% afirmaram ser provável ou muito provável.

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