A alta do PIB em 2022, puxada pelo setor de serviços, consolida a plena retomada da atividade econômica no Brasil após dois anos de restrições impostas pela pandemia de Covid-19. O ano de 2022 terminou com alta de 2,9%, informou nesta quinta-feira (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O turismo é fator determinante deste movimento, pois permitiu a completa recuperação de atividades do setor, severamente prejudicadas pela crise sanitária. São atividades importantes como alojamento, alimentação e recreação.
“Com certeza, o turismo foi um dos destaques de 2022, pois tivemos a reabertura plena da economia”, afirmou a economista Silvia Matos, coordenadora do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas.
Dados específicos do setor de turismo não estão entre aqueles monitorados para o cálculo do PIB. Alojamento e alimentação, por exemplo, estão relacionados entre os serviços prestados às famílias. Mas a Pesquisa Mensal de Serviços, realizada também pelo IBGE, aponta para um crescimento de mais de 24% destas atividades no ano.
“No PIB, isto tudo está dentro de uma grande atividade de ‘outros serviços’. Segundo estimativas do Boletim Macro, ela cresceu 11,5% em 2022. E os serviços prestados às famílias são um dos grandes destaques do ano. Isso era esperado com o fim da pandemia”, enfatizou Silvia Matos.
A economista da FGV destacou que um relatório de atividade produzido pelo Itaú Unibanco, com base nos gastos diários de clientes com cartões de crédito e débito em bens e serviços, ilustra bem a retomada da atividade turística no país em 2022.
“Um gráfico com o desempenho, desde 2020, de várias aberturas dos serviços prestados às famílias mostra que que alojamento, alimentação e recreação foram os grandes destaques de 2022”, apontou Silvia.
Hotelaria carioca supera patamares pré-pandemia
Principal polo turístico no Brasil, a cidade do Rio de Janeiro voltou a ver seu setor hoteleiro em festa em 2022. Ao final do ano, a ocupação dos hotéis, a mão de obra empregada e o faturamento do setor como um todo superaram os patamares pré-pandemia.
“O balanço do ano mostra que o setor hoteleiro no Rio de Janeiro voltou a faturar, a contratar pessoal, a pagar impostos, a gerar riqueza econômica”, enfatizou Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ).
De acordo com o sindicalista, o grande destaque do ano foi a recuperação dos valores das diárias dos hotéis no Rio. “Em alguns casos, com mais de 20% de reajuste nas tarifas. Sem hóspedes, os hotéis tiveram que derrubar as tarifas durante a pandemia”, destacou.