A marca de fast fashion Shein anunciou nesta quinta-feira (20) que vai investir R$ 750 milhões no Brasil nos próximos anos para estabelecer uma rede com milhares de fabricantes do setor têxtil no país.
Segundo a gigante asiática de e-commerce, a ideia é fornecer tecnologia e treinamento a esses fabricantes para que eles atualizem seus modelos de produção e adotem um formato sob demanda da empresa.
A companhia asiática também anunciou um marketplace para produtos e vendedores no Brasil, e afirmou que pretende fazer parceria com 2 mil fabricantes do país — o que deve gerar, segundo a marca, 100 mil empregos nos próximos três anos.
Segundo a empresa, uma das mais procuradas pelo público jovem feminino no país, até o final de 2026 cerca de 85% de suas vendas no Brasil devem corresponder a fabricantes e vendedores locais.
Anúncio de Haddad
O ministro da Fazenda Fernando Haddad anunciou mais cedo que Shein pretendia nacionalizar 85% das vendas em até quatro anos.
"Os produtos serão feitos no Brasil. Eles próprios vão dar os números de investimento mais tarde", disse.
Além disso, a plataforma se comprometeu a aderir ao plano de conformidade da Receita Federal e "normalizar as relações com o ministério da Fazenda", disse o ministro. "Se a regra valer pra todo mundo, eles absorverão os custos dessa conformidade, não repassarão.
Segundo Haddad, essa movimentação vai trazer investimentos para o país e equilibrar as condições de produção e comércio para varejistas nacionais e internacionais.
"Nós queremos investimentos estrangeiros, nós apreciamos o comércio eletrônico, queremos condições competitivas para que nós não prejudiquemos empregos no Brasil e as lojas do varejo brasileiro."
O ministro disse que o plano de conformidade vai seguir o exemplo "dos países desenvolvidos". "É o que se chama no exterior de digital tax, um imposto digital. Ou seja, quando o consumidor comprar, ele está desonerado de qualquer recolhimento de tributo. A tributação terá sido feita pela empresa sem repassar para o consumidor nenhum custo adicional", relatou.
Taxação de compras online
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, escreveu no Twitter nesta quinta-feira (20) que a taxação de compras online vai recair sobre as empresas e não será repassada para os consumidores.
"Queremos seguir o exemplo dos países desenvolvidos, adotando o que eles chamam de digital tax. Quando o consumidor comprar on-line ele estará desonerado de qualquer recolhimento, que terá sido feito pela empresa, sem repassar o custo para o consumidor", escreveu o ministro.