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Clubes emergentes formaram um bloco para negociar a criação da liga

Dez clubes se uniram por meio do grupo "Forte Futebol". Seus dirigentes buscam posição para tratar de questões coletivas
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Amanda Omura

As negociações para a criação da liga de clubes, que organizaria o Campeonato Brasileiro e cuidaria de questões comerciais, ganharam novo capítulo nesta semana. Dez clubes da primeira divisão nacional, autointitulados "emergentes", anunciaram a criação de um bloco chamado "Forte Futebol" e publicaram uma carta.
Fazem parte desse grupo:
América-MG
Atlético-GO
Athletico-PR
Avaí
Ceará
Coritiba
Cuiabá
Fortaleza
Goiás
Juventude

Dirigentes desses clubes uniram-se para melhorar a posição deles nas negociações que envolvem a liga. De certa forma, trata-se de resposta a outro grupo, que reúne os cinco paulistas da Série A (Corinthians, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo), além de Flamengo e Atlético-MG.
Esses blocos vêm divergindo nos bastidores, por exemplo, em relação à empresa que deve operar a futura liga e captar um sócio para ela no mercado financeiro. Os clubes de maior torcida assinaram um termo com a empresa Codajas Sports Kapital, liderada pelo advogado Flávio Zveiter, para que ela faça uma valuation (mensuração de valor) da liga.

Apesar de esse termo não ser vinculante – ou seja, não gera nenhuma obrigação aos clubes que o assinaram –, o bloco de emergentes se opôs a ele. O presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, é uma voz dissonante em relação ao Codajas, e seu discurso ganhou força entre outros membros. O vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, reclamou da assinatura desse documento no podcast Dinheiro em Jogo.
– É uma espécie de proteção nossa no mercado. Alguns clubes assinaram propostas autorizando investidores a apresentar propostas para representá-los, e tudo isso foi feito de maneira fechada, ao contrário da ideia original da liga – afirma o presidente de um desses clubes.
Outro problema tende a ser a divisão dos recursos entre os clubes – tanto das receitas operacionais, como os direitos de transmissão e os patrocínios do Campeonato Brasileiro, quanto do potencial aporte a ser feito por um sócio, que compraria participação na liga por cifras na casa dos bilhões de reais. Os membros do Forte Futebol entendem que esses números não serão totalmente igualitários, mas querem equilíbrio.

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