Implantado no segundo turno do Brasileiro da Série B de 2021, o VAR é motivo de crise entre a empresa responsável pela tecnologia do árbitro de vídeo e fornecedoras da ferramenta. Empresas parceiras da Sportshub, que venceu a concorrência no ano passado para implantar o VAR no torneio, cobram repasse e querem garantias para seguir com o serviço na reta final da Série B.
O caso provocou desgaste nos últimos dias nos bastidores da CBF, que agiu para evitar qualquer problema a cinco rodadas do fim da Segunda Divisão. A entidade, por sinal, já trabalha para trocar a empresa que atende o VAR na Série B de 2023.
A Sportshub foi criada em março de 2020 e iniciou atividades recentes com o VAR depois de parcerias com outras companhias, como a portuguesa Mediapro, que cobra a Sportshub pelo aluguel de máquinas e suporte tecnológico - como equipamentos que fazem a comunicação entre o árbitro de campo e assistentes com a sala do VAR e também o que traça a linha de impedimento e ainda os replays utilizados nas Séries B, C e D (estas últimas nas fases finais).
Sérgio Gomes, da Sportshub, negou que haja problema de inadimplência com fornecedores e disse que tem contrato com a Mediapro, parceira no serviço do VAR com a CBF.
- A gente paga o que deve. Se proceder (a cobrança), a gente paga. Se não tiver dinheiro para pagar no momento, a gente negocia e vai pagar - disse Sergio Gomes, por telefone.
No ciclo de treino de árbitros, comandado pelo novo chefe de arbitragem Wilson Seneme, em junho deste ano, a CBF recebeu tecnologia da Broadmedia, que forneceu equipamentos e tecnologia para a prática de campo, realizada no Clube da Aeronáutica. É uma das empresas interessadas em concorrer no próximo ano para operar o VAR.
CBF informou que sempre esteve adimplente com a Sportshub e que não vê qualquer risco de desabastecimento nesta reta final da Série B.
A Sportshub recebe R$ 12 mil por partida, num total estimado em R$ 3 milhões por contrato para as Séries B, C e D, desde o ano passado. Este ano, a dívida aumentou com os fornecedores - segundo informações obtidas, a cobrança é da ordem de R$ 2 milhões -, mas negadas pelo representante da Sportshub. Houve contatos, inclusive, com clubes para possível retirada de equipamentos a partir da próxima rodada da Série B em 16 estádios da competição.