Candidato único na eleição desta quarta-feira, Ednaldo Rodrigues assumirá a presidência da CBF por um período de quatro anos. O baiano de 68 anos assume uma entidade em crise – segundo ele próprio, a imagem que a CBF projeta no mundo hoje é "até repugnante".
Seu antecessor, Rogério Caboclo, foi afastado por denúncias de assédio sexual e moral contra funcionários. Antes dele, Marco Polo Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira foram banidos da Fifa por denúncias de corrupção.
Contador de formação e ex-presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ednaldo enfrentou nas últimas semanas a oposição de Gustavo Feijó, um dos vice-presidentes da CBF, que cogitou tentar a presidência, mas não apresentou candidatura.
Na entrevista a seguir, Ednaldo Rodrigues promete fazer a Seleção jogar mais vezes no Brasil e, pela primeira vez na história, contratar mulheres para a diretoria.
Quando terminar a eleição, qual vai ser sua primeira atitude?
– Unificar a CBF. Temos que respeitar o contraditório, os clubes, as federações. E ter um pacto de combate à violência nos estádios. Queremos que a Fifa esteja presente nessa discussão, queremos a conscientização das organizadas. Não queremos que seja uma coisa passageira.
A seleção brasileira está distante do torcedor?
– Existe realmente um afastamento muito grande da seleção brasileira para com o torcedor. Isso em grande parte por conta dos jogos (amistosos) no exterior. Tem um contrato que vence agora em 2022. Queremos a Seleção mais perto do torcedor, também dos patrocinadores e da imprensa.
Sua chapa não tem nenhuma vice-presidente mulher. E a CBF não tem nenhuma diretora mulher. O que pretende fazer sobre isso?
– Nós vamos ter também mulheres em nossa diretoria.
O que pretende fazer com a arbitragem?
– A arbitragem é complexa. Nós pretendemos fazer reformas que possam dar resposta ao torcedor, dar resposta aos clubes, às federações, a vocês da imprensa. Houve muita resistência quando nós quisemos divulgar os diálogos do VAR. É impossível zerar os erros de arbitragem, mas o torcedor precisa saber por que os erros aconteceram.