A crise que durou quase 2021 inteiro e derrubou um presidente não afetou as finanças da CBF. A entidade fechou o ano passado com um faturamento recorde de R$ 971 milhões, quase 47% de aumento em relação a 2020, ano em que as contas foram mais prejudicadas pela pandemia.
As demonstrações financeiras do ano passado foram aprovadas nesta terça-feira pela Assembleia Geral da CBF, formada por presidentes das 27 federações.
Em junho do ano passado, foram reveladas denúncias de assédio moral e assédio sexual contra o então presidente Rogério Caboclo, que primeiro foi suspenso e depois afastado definitivamente.
De junho a agosto, a CBF foi comandada interinamente por Antonio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, e desde agosto por Ednaldo Rodrigues. Em 23 de março desde ano, Rodrigues foi eleito para um mandato de quatro anos.
Como sempre, os contratos de patrocínio formam a maior parte da arrecadação. Foram R$ 575 milhões, sendo que 98% desse valor (R$ 563,5 milhões) foi arrecadado por meio da seleção masculina principal.
O resultado positivo da CBF também teve influência do dólar. A maioria dos contratos de patrocínio da entidade é firmado na moeda americana, que acumulou alta de 7,47% ao longo de 2021. Em seu balanço, a entidade usa a cotação da moeda em 1 de janeiro de 2022 (R$ 5,663).
Os gastos da CBF também aumentaram. A entidade gastou R$ 434,13 milhões na rubrica "Contribuição ao fomento do futebol nos Estados E Competições".
Aqui estão incluídos todas as despesas da CBF na organização de competições e também os repasses para os presidentes das federações estaduais – que aumentaram muito desde que Ednaldo Rodrigues assumiu interinamente a presidência da entidade, em agosto do ano passado.
O lucro da CBF em 2021 foi de R$ 68,92 milhões, um aumento de R$ 20 milhões em relação ao ano anterior. Agora, a CBF acumula R$ 723,9 milhões em caixa.
O balanço de 2021 também apresentou a previsão orçamentária para 2022. Sem detalhamento, a CBF prevê arrecadar R$ 1,007 bilhão, o que seria um recorde histórico.
Deste valor, a CBF pretende destinar R$ 696 milhões em "investimento em futebol", R$ 200 milhões para "despesas operacionais", outros R$ 73 milhões em tributos e ter um lucro de R$ 38 milhões.