O presidente da Fifa, Gianni Infantino, anunciou nesta quinta-feira, minutos após ter sido reeleito para mais um mandato, que planeja pagar a mulheres e homens os mesmos valores pela participação nas próximas Copas do Mundo – a de 2026 para os homens, a de 2027 para as mulheres. Hoje a diferença é brutal – e já foi muito maior.
- Precisamos lutar juntos para conseguir isso. Nossa ambição é que em 2026 e 2027 tenhamos pagamentos iguais para homens e mulheres - afirmou Infantino
A Copa do Mundo Feminina de 2023 vai distribuir US$ 152 milhões entre prêmios e verba de preparação para as 32 seleções que vão disputar o torneio, entre julho e agosto na Nova Zelândia e na Austrália. Isso é quase três vezes menos do que os US$ 440 milhões da Copa do Mundo dos homens, realizada no Qatar em 2022.
Infantino admitiu que a Fifa tem muito a fazer sobre o assunto, mas aproveitou o púlpito do Congresso da entidade em Kigali, Ruanda, para chamar a atenção dos parceiros comerciais da entidade – notoriamente patrocinadores e compradores de direitos de transmissão.
– As empresas oferecem um valor para a Copa do Mundo e outro, 100 vezes menor, para a Copa de mulheres. Isso é normal? Ao mesmo tempo, somos criticados por pagar menos para as mulheres. Se as ofertas fossem 15% menores, 20% menores, a Fifa conseguiria compensar. Mas 100 vezes menos? - questionou.
O presidente da Fifa anunciou a criação de um departamento comercial e de marketing dedicado exclusivamente ao futebol feminino. E avisou que a entidade está disposta a não aceitar propostas que não atingirem um patamar aceitável pelos torneios femininos – não apenas a Copa do Mundo.
– Elas merecem mais, e nós vamos lutar por elas. Estamos confiantes de que vamos conseguir.
A era Infantino na Fifa
Reeleito nesta quinta, Infantino foi eleito pela primeira vez em 2016, na esteira do Fifagate, para completar o mandato de Joseph Blatter, que renunciou em meio ao maior escândalo de corrupção da história do esporte. O dirigente foi reeleito em 2019 sem oposição, situação que se repete agora. Em 2027, Infantino poderá tentar sua última reeleição – se vencer e concluir seu mandato, terá ficado no poder durante 15 anos.