Rayssa Leal, referência no skate do Brasil e do mundo, relatou, em entrevista, uma preocupação grande com seu mental e uma mudança de visão no esporte. A "Fadinha do skate", de 14 anos, não quer mais só se divertir. Ela quer ganhar, e para chegar a esse objetivo, um dos passos é ter acompanhamento psicológico.
Rayssa compete neste fim de semana no STU Open Rio. A maranhense tenta o bicampeonato da competição, que acontece entre os dias 13 e 16 de outubro.
Lidar com o peso de ser uma medalhista olímpica e um dos rostos do skate de um país não é fácil para ninguém, mas Rayssa Leal tem que conviver com isso antes dos 15 anos de idade. A vida da atleta mudou muito após conquistar a medalha de prata no skate street das Olimpíadas de Tóquio. Rayssa disse que enxergou a necessidade de ter um acompanhamento psicológico após a conquista, para lidar com todas as novidades em sua vida. A skatista também relembrou a importância desse trabalho em sua rotina de competições.
- Depois que eu comecei a ver (a questão mental), eu comecei a terapia. E eu sempre falo com ela, a Gi (terapeuta), antes das competições. Ela me passa confiança. Tudo que às vezes está me incomodando eu falo para ela, ela me ajuda. E isso é muito importante - explicou Rayssa.
A atleta conta que parte do seu amadurecimento após os Jogos Olímpicos também passa sobre uma mudança de mentalidade na hora de competir. Rayssa afirma que, apesar de se divertir andando de skate, vai para as pistas com a mentalidade de fazer o que for necessário para vencer.
- Antes eu era muito "eu quero só me divertir", mas agora acho que a minha cabeça mudou muito. Eu quero me divertir e o primeiro lugar. É meio que isso, o skate é se divertir andando com as suas amigas e, se tudo der certo e você acertar suas manobras, vai dar o primeiro lugar, vai dar para subir ao pódio.
Então é só isso que eu quero fazer, continuar me divertindo e indo ao pódio. Apesar de estar invicta na Liga Mundial de skate street, Rayssa relembrou momentos em que teve um desempenho abaixo do esperado, como nos X Games da Califórnia e no Dew Tour, ambos nos EUA. A atleta também recebeu críticas ao ficar de fora do pódio no Pré-Olímpico de skate street em Roma, em julho deste ano. Mas Rayssa sabe lidar com a derrota, a skatista entende que o esporte é formado por erros e acertos e que nem sempre vai estar "em um dia bom".
Além da evolução do lado mental de Rayssa, a atleta reconheceu a evolução de seu físico. A "Fadinha do skate" cresceu e agora consegue ter mais potência e explorar elementos mais complexos.