O inverno chegou para a Mercedes em 2022. Em um ano de mudança no regulamento técnico na F1, a octacampeã de construtores viu o ressurgir da rival RBR, potencializado pela leitura precisa do novo regulamento da categoria por parte do projetista Adrian Newey e a excelente fase do agora bicampeão Max Verstappen. O título de construtores da equipe austríaca findou um jejum de nove anos, desde que Sebastian Vettel conquistou o tetracampeonato em 2013.
A trajetória da RBR reforça o projeto de sucesso da equipe na temporada. O time começou o ano novo tendo dor de cabeça com o RB18, seu carro de 2022, e sofrendo com a confiabilidade; abandonou três vezes nas primeiras três corridas e viu a Ferrari disparar com Charles Leclerc e vencer duas delas. Mas o jogo mudou e terminou com 17 vitórias e oito poles positions para a equipe austríaca.
A conquista, porém, veio após longa espera, e começou a ser pavimentada com o retorno da Honda, sua fornecedora de unidades de potência que retornou em 2022 para auxiliá-la a desenvolver seus próprios motores (e decidiu ficar).
Nesse meio tempo, de 2014 a 2021, a Mercedes conquistou oito campeonatos mundiais de construtores e sete de pilotos. E foi justamente no último ano de domínio da montadora alemã que a RBR começou sua volta por cima.
Prelúdio em 2021
Beneficiada pelo congelamento dos carros de 2020 devido à pandemia do coronavírus e o aprendizado em oito temporadas com os motores híbridos, a RBR em 2021 conquistou mais vitórias (11) que a Mercedes (9), dez delas com Max Verstappen e uma com Sergio Pérez. Foram ainda dez poles contra nove da rival, embora as aparições em pódios tenham sido menores - 35% contra 42%.
Foi crucial, também, a chegada de Sergio Pérez. Dispensado da Racing Point após conquistar a primeira vitória do time em 2020, o mexicano ficou atrás do campeão Verstappen mas conseguiu incomodar a Mercedes em momentos cruciais, principalmente no polêmico GP de Abu Dhabi.
A RBR deixou a Mercedes sem vencer por cinco corridas consecutivas, maior jejum da equipe alemã na era híbrida, e desde 2013; Hamilton se ausentou do lugar mais alto do pódio até o GP da Inglaterra - no qual colidiu com Verstappen, foi punido, mas, ainda assim, chegou em primeiro.