O adeus após as Olimpíadas de Tóquio parecia definitivo. Aos 36 anos, Wallace pensava ter chegado ao fim de seu ciclo na seleção brasileira. Mas, em meio às férias, viu tudo mudar. A lesão de Alan durante a Liga das Nações abriu a brecha para a volta. Às vésperas do Mundial, o oposto retorna com a missão de dar mais experiência a uma equipe em processo de renovação.
Wallace não pensava em voltar. Ainda que seu nome estivesse inscrito na Liga das Nações, o oposto tinha a cabeça voltada para o Cruzeiro. Ao se apresentar ao clube para a pré-temporada, porém, já havia admitido a possibilidade de retorno para o Mundial à jornalista Clarissa Laurence, do portal “Na nossa rede”. Ao ser convocado para a competição, que terá início no dia 26 de agosto, na Polônia e na Eslovênia, aceitou o chamado do técnico Renan Dal Zotto.
- Acho que a lesão do Alan, infelizmente, aconteceu. E eu acho que talvez a seleção precise um pouco de mim nesse momento. Mais na questão de experiência, passar um pouco mais de experiência para os mais novos, para o Darlan, que está muito bem. Tentar fazer isso da melhor maneira possível.
O retorno ocorre em meio a um momento complicado da seleção. Na Liga das Nações, o Brasil foi eliminado nas quartas de final após um desempenho instável na competição. As derrotas derrubaram a seleção do topo do ranking mundial depois de mais de 20 anos. Wallace, porém, diz estar acostumado à pressão.
- A pressão acontece jogando bem ou mal. Isso é o Brasil. É trabalhar para tentar chegar bem e fazer bons jogos. E tentar buscar os objetivos que vamos traçar. Precisamos ter a cabeça boa. Acho que (a pressão) fazia parte dessa renovação. Não tem jeito, faz parte. Altos e baixos, jovens chegando agora. Vão aprender a lidar um pouco com essa pressão. Faz parte do processo.
Wallace havia condicionado a volta à forma física. Diante do tempo parado por conta das férias, não queria chegar sem ritmo. Mas, depois de quase três semanas de treinos com o Cruzeiro, o oposto acredita que isso não será problema.
- Eu estou bem fisicamente. Consegui chegar nos meus, digamos, 85%, 90% fisicamente. Estou me sentindo bem. Preciso mais de ritmo, de treino e de jogos para ficar 100% - afirmou.
O Brasil está no grupo B da primeira fase do Mundial. A seleção estreia na competição no dia 26 de agosto, contra Cuba, em Liubliana, na Eslovênia. Depois, ainda encara Japão e Catar em busca de um lugar nas oitavas de final.