Por causa de uma interrupção de fornecimento de matéria prima, a montadora de carros elétricos Tesla suspendeu as atividades de uma unidade na Alemanha entre os dias 29 de janeiro e 11 de fevereiro.
Petróleo, gás natural, grãos, brinquedos, eletrônicos e outros produtos que geralmente são levados até a Europa em cargueiros que atravessam o Canal do Suez podem demorar mais para chegar. Cerca de 12% do comércio global passa pelo canal, segundo a Associated Press.
Os ataques que os rebeldes houthis, do Iêmen, fazem a cargueiros comerciais no Mar Vermelho têm obrigado as empresas a mudar de rota, e isso está causando os atrasos.
Os navios da BP, uma das maiores empresas de transporte de petróleo do mundo, estão dando a volta no continente africano para evitar o Mar Vermelho.
Uma coalizão militar formada por Estados Unidos e Reino Unido atacou o Iêmen em resposta.
A importância do canal
Na ponta sul do Mar Vermelho fica o Golfo de Aden. Por lá, há passagem intensa de navios com destino ao Canal do Suez, que fica na ponta norte do Mar Vermelho. Essa é a principal rota entre a Ásia e a Europa.
Cerca de 40% do comércio entre os dois continentes passa pela área. Diversos tipos de produtos são transportados dessa forma, mas o principal é petróleo. Segundo a plataforma de agendamento de cargas Freithtos Groups, mais de 1 milhão de barris de petróleo passam pelo Canal de Suez por dia.
Cabo da Boa Esperança
Grandes empresas de de transporte, incluindo a Maersk, estão evitando o Mar Vermelho e enviando seus navios ao redor da África e do Cabo da Boa Esperança. Por causa disso, as viagens ficam mais demoradas (de uma a duas semanas, na média) e mais caras.
Pelo menos 90% dos navios que levam contêineres que costumavam atravessar o Canal de Suez agora estão seguindo rotas ao redor da ponta da África, afirmou Simon Heaney, gerente sênior de pesquisa de contêineres da Drewry, uma consultoria de pesquisa marítima.