O governo dos EUA está atualmente envolvido em uma disputa que pode se tornar uma das mais caras da história.
Se democratas e republicanos não concordarem em permitir que o governo dos EUA tome mais empréstimos — ou, para usar o jargão das finanças públicas, aumente o teto da dívida —, a maior economia do mundo deixará de pagar sua dívida de US$ 31,4 trilhões.
Eles precisam chegar a um acordo até 1º de junho — data conhecida como "dia X".
Em troca de apoio para aumentar o teto da dívida, os republicanos estão exigindo cortes orçamentários na ordem de US$ 4,5 trilhões, o que frustaria várias prioridades da agenda do presidente Joe Biden.
A economia
Em primeiro lugar, é preciso estabelecer algo: todos os especialistas com quem a BBC conversou acham que os EUA não vão dar calote em sua dívida.
No entanto, se isso acontecesse, "a crise financeira global [de 2008] pareceria apenas uma pequena festinha" em comparação, diz Simon French, economista-chefe do banco de investimentos Panmure Gordon.
Se os EUA não elevarem o teto de sua dívida, não poderão tomar mais dinheiro emprestado — e rapidamente ficarão sem verba para pagar suas obrigações.
"O governo pararia de distribuir pagamentos de benefícios sociais e apoio às pessoas, o que afetaria a capacidade delas de consumir e pagar suas contas", diz Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell. "Portanto, isso afetaria a economia."
O Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca estima que, se o governo não chegar a um acordo sobre o teto da dívida por um período prolongado, a economia americana poderá encolher até 6,1%.
O economista Mohamed El-Erian, presidente do Queens' College da Universidade de Cambridge, diz que um calote "provavelmente levaria os EUA à recessão".