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Educação se tornou um campo de batalha nos EUA

O Moms for Liberty, (Mães pela Liberdade) é um grupo conservador que defende o direito dos pais de terem voz na educação dos filhos
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Amanda Omura

Robin Steenman leva uma caixa preta cheia de livros coloridos até a mesa da cozinha e tira alguns deles. As páginas são vasculhadas e marcadas com post-its. A pilha inclui títulos como Cavalo-marinho: o peixe mais tímido do mar, Separar nunca é igual: a luta de Sylvia Mendez e sua família pela dessegregação e A história de Ruby Bridges. Para Steenman, essas páginas são evidências de que o ensino falhou.

Ela é presidente do Moms for Liberty, (Mães pela Liberdade, em tradução livre), um grupo conservador que defende o direito dos pais de terem voz na educação dos filhos no Condado de Williamson, no estado do Tennessee. O grupo se opõe à forma como alguns livros estão sendo usados nas escolas públicas locais.
"As escolas não deveriam empurrar uma ideologia para meus filhos", diz Steenman. "Devem ensiná-los efetivamente a ler, a escrever, a fazer cálculos e a entender ciências para que possam seguir em frente e ter sucesso na vida. Mas este currículo está mais focado em sua própria mensagem e em sua própria agenda do que em capacitar as crianças".
O Moms for Liberty apresentou uma queixa oficial ao Departamento de Educação do Tennessee no final do ano passado, afirmando que os livros e material didático "revelam ensino antiamericano, antibranco e antimexicano explícito e implícito" e que apresentam "uma agenda fortemente tendenciosa, que faz com que as crianças odeiem seu país, umas às outras e/ou a si mesmas".

A reclamação foi rejeitada. Mas o caso ressalta uma tendência crescente nos EUA, onde um movimento liderado por conservadores está reprimindo a educação e, em particular, o que as escolas ensinam às crianças. Ele mira em livros e materiais didáticos em todo o país e contesta a forma como racismo, gênero e sexualidade são abordados.

Escolas como campo de batalha
Isso coloca as salas de aula e bibliotecas mais uma vez na linha de frente das guerras culturais nos Estados Unidos.

De acordo com a Associação Americana de Bibliotecas, houve "729 objeções para materiais e serviços de bibliotecas, escolas e universidades em 2021, resultando em mais de 1.597 contestações ou remoções de livros individuais".

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