Em meio a uma onda de violência generalizada em presídios, o presidente do Equador, Daniel Noboa, decidiu decretar estado de emergência por 60 dias.
No domingo (7), foi noticiado o "desaparecimento" do líder dos Los Choneros, uma das facções criminosas mais temidas do país, da prisão onde cumpria uma pena de 34 anos.
A isso se somaram, na manhã desta segunda-feira (8/1), motins em pelo menos seis penitenciárias, com vários relatos de guardas feitos reféns.
Em resposta, Noboa, que foi empossado como presidente em novembro sob a promessa de restaurar a segurança no país, disse por meio das redes sociais: "Não vamos negociar com terroristas".
"Esses grupos narcoterroristas pretendem nos intimidar e acreditam que cederemos às suas exigências. Dei ordens claras e precisas aos comandantes militares e policiais para intervirem no controle das prisões", disse ele.
Com a decisão de Noboa, a polícia terá o apoio das forças militares para manutenção da ordem e da segurança, inclusive dentro das prisões.
Além disso, foi imposto um toque de recolher entre 23h e 5h para todas as cidades.
Fuga de 'Fito'
Antes da declaração do estado de emergência, o presidente havia anunciado a mobilização de pelo menos 3 mil agentes da polícia e das Forças Armadas para recapturar Adolfo Macías, conhecido como "Fito" — o líder dos Los Choneros.
Macías foi condenado a 34 anos de prisão em 2011.
Desde que foi preso, ele se tornou um dos protagonistas de episódios de violência nas penitenciárias do Equador.
Segundo o jornal equatoriano Expreso, quando Macías soube que as facções de Los Lobos e Los Tiguerones haviam planejado um ataque contra ele, organizou o que ficou conhecido como o incidente mais violento já registrado no sistema prisional do Equador: a execução de 79 presos em diferentes prisões do país, em 2021.