Desde sábado (7), o grupo terrorista Hamas e Israel vivem uma guerra com ataques de bombas, sequestros e mortes de civis. A região da Faixa de Gaza está no centro do conflito, e há dias vem sendo bombardeadas pelo Exército israelense. O governo local fala de prédios e casa destruídos e centenas de mortos.
Em entrevista, Uriã Fancelli, especialista em Relações Internacionais, descreveu Gaza como uma "prisão a céu aberto" e analisou o que pode acontecer com a região, que é superpopulosa e extremamente pobre.
“A última vez que Israel fez uma incursão por terra em Gaza foi em 2014, mas não é objetivo do país recuperar Gaza, porque é um elefante branco. O que você faz com um pedaço de terra desses que é completamente destruído, que é uma prisão a céu aberto, com 2,3 milhões habitantes", avalia.
Para Fancelli, um dos maiores desafios é o que fazer com a população, que está ali presa no meio do conflito, que já dura anos. "Caso haja uma invasão, na hipótese que o Hamas seja exterminado, o que fazer? Você assume o controle, o governo deste país? Você passa para algum outro grupo, que na maior parte são rivais de Israel?”, diz.
Em sua análise, o especialista compara o deslocamento de pessoas do Sul Global e do Norte Global, fazendo um panorama de como foi o acolhimento de ucranianos em 2022, quando o país foi invadido pela Rússia:
“As pessoas viram a diferença de tratamento na guerra da Ucrânia, enquanto você tinha refugiados da África chegando, atravessando a Europa de barco, e essas pessoas eram muitas vezes deixadas no mar para se afogar, você tinha no Reino Unido países recebendo centenas de libras para as pessoas hospedarem os ucranianos nas suas casas. Então, eu acredito que isso possa ser mais um fator de divisão entre esse Norte e Sul global”.
Pobreza
A região é marcada por pobreza e superpopulação. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), Gaza tem uma população de aproximadamente 2,1 milhões de pessoas, incluindo cerca de 1,7 milhões de refugiados palestinos.