A Suprema Corte dos Estados Unidos, órgão equivalente ao Supremo Tribunal Federal, começou a julgar nesta segunda-feira (26) duas ações que podem mudar a forma como Facebook, Instagram TikTok, X (ex-Twitter) e outras redes sociais operam hoje.
Os ministros analisam duas leis dos estados do Texas e da Flórida, aprovadas em 2021, meses seguintes às decisões do Facebook e do Twitter de banir Donald Trump por causa de suas postagens relacionadas ao ataque de 6 de janeiro daquele ano ao Capitólio dos EUA.
Apesar de os detalhes variarem, ambas as legislações visam lidar com queixas de políticos conservadores de que as empresas de mídia social têm tendência liberal e censuram usuários com base em seus pontos de vista.
As leis estaduais aprovadas por Texas e Flórida impedem as redes sociais de moderar os conteúdos postados e derrubam o poder delas de remover de publicações.
Especialistas ouvidos pelo jornal The New York Times acreditam que, se as leis forem consideradas constitucionais pela Suprema Corte, as empresas serão forçadas a manter conteúdos que não desejam e a criar versões específicas de suas plataformas para esses estados (e para outros que venham a criar leis sobre redes sociais).
Vários acadêmicos e grupos de defesa da privacidade disseram ao tribunal que veem as duas leis em questão como inconstitucionais, mas admitem que juízes devem preservar a capacidade do governo estadual de regular as empresas de mídia social até certo ponto.
Processo é recurso de governador da Flórida
Em um comunicado quando assinou o projeto de lei, o governador da Flórida, Ron DeSantis, disse que a medida seria "proteção contra as elites do Vale do Silício".
Associações que representam as empresas de mídia social entraram com ação na Justiça Federal, alegando que as leis violam os direitos de fala das plataformas. Um recurso federal derrubou a decisão da Flórida, enquanto outro manteve a lei do Texas.