Após o Exército de Israel entrar em Rafah e ocupar parte da cidade, o Hamas recorreu nesta terça-feira (7) aos Estados Unidos na tentativa de conter a operação israelense em Gaza.
O grupo terrorista disse que pediu a Washington que faça pressão para que o governo israelense desista de ocupar Rafah, a cidade no extremo sul da Faixa de Gaza considerada o último refúgio para cerca de 1,5 milhão de palestinos que fugiram de bombardeios no território palestino.
Os EUA ainda não haviam se manifestado sobre o pedido até a última atualização desta reportagem, mas o Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou que seguia contrário à intenção de Israel de entrar em Rafah.
Também nesta terça, Israel afirmou que tomou o controle do lado palestino da travessia de Rafah, que faz fronteira com o Egito. Tanques israelenses bloquearam a passagem, segundo a agência de notícias Reuters.
Um porta-voz do governo israelense alegou ter ocupado a área porque a passagem fronteiriça estava sendo "usada de forma abusiva" pelo Hamas, cujo braço político governa a Faixa de Gaza.
O porta-voz alegou também ter avisado a população do leste de Rafah, onde a primeira operação foi feita, "através de panfletos, ligações e pela mídia", para que deixassem a área.
A ocupação acontece no momento em que o Hamas disse ter aceitado uma proposta de cessar-fogo e de devolução de reféns, o que jogou ainda mais pressão internacional em cima de Israel para que aceite o acordo. O governo israelense afirmou ter enviado ainda nesta terça uma delegação ao Cairo para avaliar o texto, mas já adiantou discordar do grupo terrorista em vários pontos.
O Exército israelense também fechou a passagem de Kerem Shalom, no sul de Gaza, que fica na tríplice fronteira entre Gaza, Israel e Egito. Essa passagem havia sido reaberta em dezembro para a entrada de ajuda internacional no território palestino, mas, segundo disse nesta terça o porta-voz, foi fechada porque o Hamas atacou o posto de controle, matando quatro soldados israelenses.