O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, conversaram sobre iniciativas para a paz na Faixa de Gaza e as eleições na Venezuela nesta quarta-feira (21). A informação é da embaixada norte-americana.
Lula e Blinken se reuniram por cerca de 2 horas no Palácio do Planalto. Representantes dos dois governos também estiveram presentes.
Após o encontro, a embaixada dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre os principais pontos da conversa.
"O secretário discutiu o empenho dos EUA em relação ao conflito em Gaza, incluindo o trabalho urgente com parceiros para facilitar a libertação de todos os reféns e para aumentar a assistência humanitária e melhorar a proteção dos civis palestinos", afirmou o informativo da embaixada.
Essa foi a única menção, segundo o governo norte-americano, sobre o conflito em Gaza. O encontro de Blinken e Lula ocorreu em meio à polêmica causada por uma fala do presidente no fim de semana. Em viagem oficial à Etiópia, Lula criticou a ação militar de Israel na região. Lula comparou os ataques israelenses ao holocausto perpetrado pelo regime nazista contra os judeus. A fala de Lula gerou indignação do governo de Israel, que exigiu desculpas do presidente.
A nota da embaixada norte-americana não fala se Blinken e Lula discutiram o discurso do presidente.
Discordância sobre genocídio em Gaza
A repórter Raquel Krahenbuhl, da GloboNews, conversou com fonte do Palácio do Planalto que disse que o tema do holocausto e da declaração de Lula foram, sim, abordados.
Segundo essa fonte, Blinken começou o assunto lembrando que o padastro dele foi sobrevivente do holocausto. Lula ouviu os pontos do secretário de Estado. Blinken discordou da visão de Lula de que Israel comete genocídio em Gaza.
À repórter, uma alta autoridade do departamento de Estado norte-americano ressaltou que Blinken deixou claro que não concorda com esses comentários de Lula.