O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta segunda-feira (23). Segundo o Palácio do Planalto, os dois discutiram as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.
De acordo com o Planalto, Lula relatou a Putin a situação dos brasileiros que aguardam para deixar a Faixa de Gaza. O líder brasileiro reforçou a necessidade da criação de um corredor humanitário pelo Egito que permita a saída dos estrangeiros e a entrada de remédios, água e alimentos no local.
A guerra no Oriente Médio teve início há mais de duas semanas, após um ataque terrorista do Hamas contra Israel. Desde então, a tropas israelenses atacam a Faixa de Gaza.
Ainda de acordo com nota do Planalto, Lula e Putin concordaram sobre a necessidade de pôr fim aos bombardeios na Faixa de Gaza e da libertação "imediata" dos reféns.
O governo afirma que os dois presidentes saudaram a iniciativa do Egito de realizar uma cúpula sobre o tema, no sábado (21), e discutiram a proposta de resolução apresentada pelo Brasil ao Conselho de Segurança da ONU, que teve 12 votos favoráveis, mas foi vetada pelos Estados Unidos.
A Rússia não vetou a resolução que, previa, entre outros pontos, a criação do corredor humanitário entre Gaza e o Egito. O Brasil está no comando rotativo do conselho.
Segundo o texto, Putin "lamentou que após tantas décadas não tenha sido encontrada solução para a criação do Estado Palestino".
Guerra na Ucrânia
Os presidentes também conversaram sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 após as tropas russas invadirem território ucraniano.
Lula voltou a citar sua disposição para mediar um acordo de paz entre os dois países.
O presidente brasileiro já condenou a invasão militar russa, mas foi criticado pelos governos da Ucrânia e do Estados Unidos por manifestar posições consideradas a favor de Putin.
A Rússia é um dos integrantes do Brics, bloco que o Brasil integra também ao lado de China, Índia e África do Sul. Lula tem contato com Putin desde os mandatos anteriores dos líderes como presidentes de seus países.