Desde a invasão russa da Ucrânia no início do ano, os membros da Otan têm se dedicado a uma espécie de dança das cadeiras de equipamento militar. Isso ocorre com frequência quando um aliado envia armas para a Ucrânia e depois recebe novos equipamentos, e também ocorre dentro da própria aliança militar.
O anúncio feito pela Alemanha na segunda-feira (21/11) de que ofereceu seus próprios mísseis Patriot à Polônia é o capítulo mais recente nessa reorganização de equipamentos militares na Otan em direção ao seu flanco leste, voltado para a Rússia.
"A Polônia é nossa amiga, aliada e, como vizinha da Ucrânia, particularmente exposta", disse a ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, após um telefonema com o ministro da Defesa polonês, Mariusz Blaszczak.
Defesa antiárea versátil
A exposição da Polônia à guerra foi sentida no início do mês, quando um míssil caiu dentro de suas fronteiras. Era provavelmente um míssil ucraniano perdido, e não um projétil lançado pela Rússia, disseram autoridades polonesas e oficiais da Otan. Mas o incidente, que matou duas pessoas, foi o primeiro em que armas usadas no conflito atingiram um terceiro país.
Dependendo do tipo e da trajetória do míssil que atingiu a Polônia, o sistema Patriot poderia ter tido uma chance de interceptá-lo;
O Patriot tem um longo histórico. Foi concebido no início dos anos 60, mas tomou seu nome e forma atual uma década depois. O Exército americano começou a implementar o sistema – composto por radares, unidades de comando e controle e vários mísseis interceptadores – nos anos 80.
A gigante americana de equipamentos bélicos Raytheon é a fabricante do Patriot e atualizou o sistema diversas vezes. A empresa diz que planeja seguir incorporando novos desenvolvimentos técnicos no sistema até pelo menos 2048. Em sua atual iteração, o Patriot pode defender um território contra mísseis balísticos táticos, mísseis de cruzeiro, drones, aeronaves e "outras ameaças" que a Raytheon não especifica quais.