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O que querem republicanos que bloqueiam a Câmara?

Grupo de 20 radicais chamados também de 'talibãs' legislativos bloqueia há três dias a escolha do presidente da Casa
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Amanda Omura

Apelidados de talibãs, 20 republicanos sequestraram a Câmara de Representantes dos Estados Unidos ao bloquearem a eleição do líder da maioria, Kevin McCarthy, impedindo que ele alcance os 218 votos necessários para se tornar o presidente da Casa.
Em seis votações, essa minoria radical do partido empurrou o líder para o limbo e impôs a desordem na estreia da legislatura.

O grupo rebelde expõe sem pudor a realidade disfuncional do partido e se alinha ao House Freedom Caucus, a sua ala mais extremista, criada em 2015 com o slogan “Washington não nos representa”. O grupo antissistema é moldado no Tea Party, que em 2010 também levou o partido a uma guerra interna e à derrota do então presidente da Câmara, John Boehner.

Seu objetivo? Angariar mais poder para mudar a forma como a Câmara opera e os projetos são encaminhados: na sua ótica a hierarquia tem que começar de baixo, fortalecendo a estrutura dos comitês legislativos.
Os dissidentes de extrema direita pregam ainda o reforço da fronteira dos EUA com o México, o corte de fundos, a eliminação de impostos federais sobre a renda e a sua substituição por tributos sobre o consumo.

Neste sentido, Kevin McCarthy é considerado por eles um representante leal ao sistema que rejeitam. Um levantamento publicado pelo jornal “The New York Times” revela, sem surpresa, a lealdade do grupo a Donald Trump. Quinze dos 20 foram apoiados pelo ex-presidente nas eleições de meio de mandato. A grande maioria reverbera a tese de que a vitória de Joe Biden, em 2020, foi roubada.

O ex-presidente, contudo, manifestou apoio a McCarthy e ao fim do caos, após ele ter sido derrotado em três rodadas de votação. Os radicais não lhe deram ouvidos e prosseguiram com o desafio, num indício de que Trump pode também estar perdendo sua área de influência.

A campanha “Never Kevin” (Nunca Kevin) começou com cinco fervorosos opositores de McCarthy, entre eles os congressistas Matt Gaetz, da Flórida, e Andy Biggs, do Arizona. Foi ampliada para 20, embora nem todos os integrantes do original Freedom Caucus sejam contrários a McCarthy.

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