Diante de uma ameaça inédita de ataques vindos da Ucrânia, a Rússia celebrou nesta segunda-feira (9) o Dia da Vitória, o feriado mais importante do país, de forma mais enxuta.
A data marca a vitória de tropas soviéticas sobre a Alemanha nazista, há 78 anos. O discurso do presidente do país, Vladimir Putin, foi menos agressivo e mais curto que no ano passado, e a tradicional parada militar na Praça Vermelha, menos numerosa (leia mais abaixo).
Por cerca de dez minutos, Putin disse que:
Uma "guerra real" está sendo travada pelo Ocidente contra a Rússia;
O mundo está novamente em um ponto de virada - em referência ao momento em que a União Soviética conteve as tropas nazistas, no fim da 2ª Guerra Mundial;
As "elites globalistas ocidentais" semeiam a russofobia;
O povo ucraniano se tornou "refém de um golpe de Estado" e das ambições do Ocidente.
"Hoje, a civilização está novamente em um ponto de virada decisivo. Uma verdadeira guerra foi desencadeada contra nossa pátria. Nós repelimos o terrorismo internacional", afirmou.
O desfile militar, que todos os anos toma a Praça Vermelha, em Moscou, também foi mais contido este ano:
Apenas um tanque desfilou, acompanhado de blindados e porta-mísseis;
Neste ano, foram canceladas as tradicionais procissões do “Regimento Imortal”, nas quais multidões de cidadãos saíam às ruas segurando retratos de parentes que morreram ou serviram na Segunda Guerra Mundial;
Pela primeira vez, não houve nenhum avião, helicóptero ou equipamento aéreo na parada.
Em 21 cidades russas as paradas militares locais foram canceladas por conta da ameaça de um ataque da Ucrânia - na semana passada, Moscou disse ter interceptado um drone que atacaria o Kremlin.
As tropas também foram menos numerosas - cerca de 8 mil soldados desfilaram, contra 14 mil em 2020, mesmo durante a pandemia.