A Rússia anunciou, nesta quinta-feira (16), que expulsará quatro diplomatas austríacos, depois de Viena fazer o mesmo com quatro representantes russos este mês, um gesto classificado por Moscou como hostil e injustificado.
"Em resposta, quatro membros da Embaixada da Áustria na Rússia foram declarados 'persona non grata'. Devem deixar o país até 23 de fevereiro", declarou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em um comunicado.
O embaixador austríaco reagiu dizendo "lamentar esta decisão injustificada", reforçando, porém, que esta medida não foi "uma surpresa".
Também garantiu que a embaixada austríaca em Moscou continuará funcionando "pelos interesses dos cidadãos austríacos na Rússia e para manter abertos os canais de comunicação".
Expulsão dos russos
Em 2 de fevereiro, a Áustria anunciou a expulsão de quatro diplomatas russos, dois deles credenciados nas Nações Unidas em Viena, após acusá-los de terem agido "de maneira incompatível com seu 'status' diplomático".
Nesta quinta-feira, o governo russo denunciou uma "medida hostil e injustificada" que causou "graves danos às relações bilaterais, já em crise devido às ações do lado austríaco".
O ministério também denunciou as "dificuldades na obtenção de vistos" para "delegações oficiais russas que visitam Viena para participarem de eventos multilaterais" e acusou a Áustria de minar seu "status" de "Estado imparcial e neutro de plataforma da diplomacia internacional".
A Rússia tem um dispositivo diplomático na Áustria em nível bilateral, mas também por estar representada na ONU e perante a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Os especialistas consideram que a Áustria, país da Europa Central com 9 milhões de habitantes, é um local privilegiado de espionagem internacional desde a Guerra Fria.
Expulsões diplomáticas do país são incomuns.
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