Um estudo publicado na revista científica "The Lancet" aponta que o tabagismo, o consumo de álcool e o alto índice de massa corporal estão no topo da lista dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer. Casos da doença associados a esses e a outros fatores foram responsáveis por quase 4,45 milhões de mortes no mundo em 2019. O número representa 44,4% de todas as mortes por câncer naquele ano.
A pesquisa é uma revisão do estudo 'Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors' (Carga Global de Doenças, Lesões e Fatores de Risco), que inclui os dados globais de saúde mais atualizados de 2019.
Ao todo, foram contabilizados 34 fatores de risco comportamentais, metabólicos, ambientais e ocupacionais que contribuíram para mortes e problemas de saúde devido a 23 tipos de câncer em 2019.
Hierarquicamente, os cinco fatores mais prejudicais são:
fumo,
consumo de álcool,
uso de drogas,
dieta com baixo valor nutricional,
sexo desprotegido.
Essa é a primeira estimativa dos fatores que contribuem para as mortes por câncer que considera dados como demografia, doenças e lesões, fatores de risco, previsão populacional e cobertura universal de saúde.
"Este estudo ilustra que a carga do câncer continua sendo um importante desafio de saúde pública que está crescendo em magnitude em todo o mundo. O tabagismo continua a ser o principal fator de risco mundial para o câncer”, diz Christopher Murray, diretor do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Escola de Medicina da Universidade de Washington e co-autor do estudo.
Risco comportamental
Os fatores de risco comportamentais citados (fumo, consumo de álcool, uso de drogas, dieta com baixo valor nutricional e sexo desprotegido) foram responsáveis pela grande maioria dos diagnósticos de câncer globalmente, causando 3,7 milhões de mortes em 2019.
“Nossas descobertas podem ajudar os formuladores de políticas e pesquisadores a identificar os principais fatores de risco que podem ser direcionados nos esforços para reduzir as mortes e problemas de saúde por câncer regional, nacional e globalmente”, diz Murray.
Quase 2,88 milhões de mortes de homens (50,6% de todas as mortes por câncer neste grupo) podem ser atribuídas aos motivos estudados, em comparação com 1,58 milhão de mortes de mulheres (36,3%). Já as mortes globais por câncer devido aos fatores de risco cresceram cerca de 20,4% no período entre 2010 e 2019.