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Cannabis medicinal x esclerose múltipla: entenda como CBD ajuda a controlar doença

Por enquanto, a esclerose múltipla é uma doença sem cura. O médico explica, no entanto, que existem formas de controle
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Amanda Omura

"Vou ter de conviver com a esclerose múltipla para o resto da vida", disse a atriz Guta Stresser, a Bebel de 'A Grande Família', ao contar o diagnóstico da doença. A condição não tem cura, e os sintomas complicam a vida dos pacientes: fadiga, espasmos, problemas de memória, alterações de humor, entre outros. O canabidiol (CBD), substância encontrada na cannabis, é uma das alternativas encontradas pela atriz para reduzir o impacto da doença e melhorar a qualidade de vida.

Mais de 100 fitocanabinoides — compostos presentes na cannabis — conseguem se conectar ao sistema endonacanabinoide do corpo humano. Eles apresentam efeitos terapêuticos e, entre eles, está a ação anti-inflamatória. O CDB está entre essas substâncias.

Por sua vez, a esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune: "os anticorpos gerados pelo próprio organismo atacam o próprio organismo, gerando uma resposta inflamatória, perda de função e dor", como explica o médico e neurocientista Rogério Panizzutti, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"O CBD é potencialmente benéfico porque ele tem uma ação anti-inflamatória e também uma ação contra a dor. Esses são os principais alvos no caso da esclerose múltipla", afirma o médico.

Por enquanto, a esclerose múltipla é uma doença sem cura. O médico explica, no entanto, que existem formas de controle da "cascata de coisas que vão acontecendo depois do evento inflamatório".

"O CBD pode, ao controlar a inflamação, ajudar com que as pessoas não evoluam para uma doença mais grave. É uma questão que devemos conhecer melhor com o uso mais prolongado dos pacientes", avalia.

Mais segurança
Panizzutti avalia que existe uma outra vantagem do uso do CBD no controle da esclerose múltipla, em comparação com anti-inflamatórios tradicionais: menos efeitos colaterais a longo prazo.

"Qual é a grande vantagem do CBD? As medicações muito usadas no controle da resposta inflamatória têm efeitos colaterais. E isso prejudica o uso das pessoas de forma mais regular, constante. O CBD tem um perfil de segurança positivo", explica o neurocientista.

Por enquanto, o único medicamento à base de substâncias da cannabis aprovado no Brasil, o Metavyl, é utilizado para o tratamento da esclerose múltipla. Ele é utilizado para o controle de espasmos gerados pela esclerose múltipla e contém, além do CBD, outra substância da planta: o THC. Após uma série de estudos e protocolos, agências reguladoras passaram a recomendá-lo diretamente contra a esclerose, com registro em bula.

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