Neste Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro) a ONU, a Organização das Nações Unidas, ressaltou a urgência do enfrentamento às desigualdades que perpetuam a pandemia da síndrome causada pelo HIV.
Para marcar a data, em um discurso divulgado nesta quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a implementação de melhores leis, políticas e práticas para combater o estigma e a exclusão enfrentados por pessoas soropositivas.
"Todas as pessoas têm o direito ao respeito e à inclusão", afirmou o chefe da ONU.
Na fala, Guterres afirmou também que o mundo está longe de cumprir a meta de acabar com a pandemia Aids até 2030, marco este parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), assinados por vários países, incluindo o Brasil.
Por isso, para evitar o risco de "milhões de novas infecções e mortes", o secretário-geral da ONU salientou que existem “soluções práticas comprovadas” que podem aumentar a disponibilidade, qualidade e adequação dos serviços para tratamento, testagem e prevenção do HIV (sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana).
Para isso se torne realidade, porém, Guterres destacou a importância de um melhor financiamento de governos de todo o mundo.
"É preciso também compartilhar melhor a tecnologia para que todas as pessoas tenham acesso ao melhor conhecimento científico sobre o HIV, especialmente entre os países dos hemisférios sul e norte. As desigualdades que perpetuam a pandemia de Aids podem e devem ser eliminadas".
"Podemos acabar com a Aids se tivermos Equidade Já", acrescentou o secretário-geral, em referência ao slogan que foi escolhido para a campanha deste ano.
Em todo o mundo, segundo o Unaids, programa das Nações Unidas voltado ao combate à Aids, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram recém-infectadas pelo HIV em 2021. A estimativa é de que cerca de 38 milhões de pessoas vivam com o vírus em todo o planeta.
No Brasil, ainda de acordo com estimativas da ONU, ao longo do ano passado, 50 mil novos casos foram registrados, o que fez o país chegar à marca de 960 mil pessoas vivendo com o HIV.
"Precisamos de medidas urgentes para acabar com as desigualdades que tornam as pessoas vulneráveis à infecção. Se a comunidade internacional agir, 3,6 milhões de novas infecções por HIV e 1,7 milhão de mortes relacionadas à AIDS serão evitadas nesta década", afirmou também Csaba Kőrösi, presidente da Assembleia Geral da ONU.